Candidatos republicanos usam a família como arma na campanha eleitoral
Miriam BurguésAs famílias se transformaram em uma arma política a mais na campanha pela candidatura presidencial republicana nos Estados Unidos e cada um dos aspirantes apresenta a sua como a melhor para defender os valores conservadores e desempenhar um bom papel na Casa Branca.
Primárias nos Estados Unidos
Foto 6 de 17 - 3.jan.2012 - Apoiadores do pré-candidato republicano Ron Paul posam para foto durante campanha em Cedar Falls, Iowa Mais Jim Young/Reuters
Santorum, quem em Iowa surpreendeu ao ficar em segundo lugar, só com oito votos a menos que Romney, após ter figurado em último nas pesquisas por muito tempo, explorou a imagem da família perfeita desde o início da campanha. Casado há 21 anos com Karen Garver, o ex-senador tem sete filhos com idades entre três e 20 anos, aos quais educa em casa.
A caçula, Bela, tem uma rara doença genética conhecida como síndrome de Edwards. Metade das crianças que nasce com ela morre antes de uma semana de vida.
Enquanto Santorum menciona Bela em seus discursos e diz que o drama dá a ele força para continuar na disputa republicana, seus críticos questionam precisamente o fato de que siga em campanha apesar da doença da menina.
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Com 20 anos, Elizabeth interrompeu por algum tempo seus estudos universitários para ajudar o seu pai, quem a estimula a dormir bem e ter uma dieta saudável.
Frente ao clã Santorum estão os cinco filhos do ex-governador de Massachusetts, já conhecidos como "The Romney Brothers".
Com exceção de Ben, que é médico, os outros quatro receberam o pai em Iowa e apareceram ao seu lado no comparecimento na TV posterior a vitória nos 'caucus'.
O trabalho de Tagg, o mais velho dos Romney, é buscar doadores jovens, enquanto Josh manteve reuniões com eleitores em Iowa e tem uma conta no Twitter a partir da qual apoia a candidatura de seu pai.
A Anne, a mulher com a qual Romney está há 42 anos casado, cabe o papel de mostrar o lado mais humano do ex-governador.
Anne sofre de esclerose múltipla e ela fala de sua doença em diversos atos com eleitores e enfatiza o apoio de seu marido nos momentos mais difíceis.
Outro com casamento durável é o congressista libertário Ron Paul, que ficou em terceiro lugar nos 'caucus' de Iowa. Ele é casado desde 1957 com Carol Wells, com quem tem cinco filhos e 18 netos.
Rand, um dos filhos, pertence ao movimento direitista Tea Party, é senador por Kentucky desde 2010 e tem um papel fundamental no sucesso de seu pai entre os eleitores jovens.
A campanha do legislador texano lançou o livro "Ron Paul Family Cookbook", com receitas "para aquecer a cozinha e o coração", fotos da família completa e um texto de Carol sobre o sonho americano.
A importância que os conservadores concedem à família tradicional fez com que muitos eleitores não perdoassem Newt Gingrich, ex-presidente da Câmara de Representantes, pelas suas reconhecidas infidelidades matrimoniais. Ele está casado pela terceira e a atual esposa, Calista, foi sua amante no passado.
Calista está desempenhando muito bem na campanha o papel de esposa, fala inclusive com mais facilidade que seu marido com eleitores e jornalistas, e contribuiu para melhorar sua imagem, dizem os analistas.
Da mesma forma que Calista, Anita Perry também não deixou sozinho seu marido, Rick Perry, e enquanto o governador do Texas estava em Iowa ela fazia campanha em seu nome em New Hampshire, a próxima parada das primárias.
Anita Perry é a protagonista de um vídeo político no qual elogia as virtudes do governador, pai de dois filhos.
As que fizeram furor com seus vídeos e paródias no YouTube são Liddy, Abby e Marie Anne, as três filhas mais velhas do ex-governador de Utah Jon Huntsman, que tem outros quatro filhos, os dois menores adotados na China e na Índia.
As Jon2012Girls, loiras, altas e bonitas, têm ainda uma conta no Twitter com mais de 18 mil seguidores.
O envolvimento das famílias nas campanhas pode resultar fundamental. A congressista por Minnesota Michele Bachmann era favorita em agosto e nesse momento seu marido, Marcus, era uma figura muito visível e participativa na campanha.
Em dezembro, Marcus praticamente nem apareceu e em Iowa Bachmann foi a menos votada, o que a levou a retirar-se da disputa.
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