Seita islâmica Boko Haram dá ultimato a cristãos na Nigéria
DA FRANCE PRESSE, EM MAIDUGURI
A seita radical islâmica Boko Haram deu um ultimato de três dias aos cristãos para deixarem o norte da Nigéria, de maioria muçulmana, e ameaçou combater as tropas do governo nas regiões onde foi decretado o estado de emergência, informou o líder do grupo, Abul Qaqa.
"Pedimos que os nossos irmãos muçulmanos do sul (de maioria cristã) voltem para o norte porque temos provas de que serão atacados", acrescentou o líder.
O presidente Goodluck Jonathan chegou a decretar estado de emergência no final do ano em várias regiões da Nigéria, onde os ataques da seita fizeram centenas de mortos.
Uma onda de atentados a igrejas cometidos no dia de Natal deixou 49 mortos. A seita Boko Haram, que quer impor um Estado islâmico na Nigéria, assumiu a responsabilidade pelos ataques.
25.dez.2011/Associated Press | ||
Destroços perto de igreja católica de Santa Theresa, em Madalla, na Nigéria, alvo de atentado no dia de Natal |
"O presidente nunca foi as lugares onde morreram muçulmanos", disse o porta-voz do Boko Haram, numa alusão a dezenas de muçulmanos mortos durante confrontos pós-eleitorais, em abril.
Os bispos católicos da Nigéria pediram no sábado que o presidente recorra a especialistas estrangeiros para ajudar as forças de segurança na luta contra a Boko Haram, num país dividido entre um norte pobre, com dominação muçulmana e um sul mais rico, sobretudo cristão e animista.
A Boko Haram, que diz ser a representante taleban no país, assumiu inúmeras ações, entre elas o atentado suicida de agosto de 2011 contra a sede da ONU em Abuja, que fez 25 mortos.
A Nigéria, o país mais povoado e primeiro produtor de petróleo da África está minado por vários episódios de violência, atribuídos aos islamitas da Boko Haram.
PATRULHAMENTO
Em Maiduguri (nordeste), centro das violências atribuídas à seita, os moradores multiplicam o patrulhamento, para evitar as ações cada vez mais sofisticadas.
Os soldados chegam a entrar nas casas à procura de armas e de bombas e pedem às pessoas que informem se observarem qualquer comportamento diferente, inclusive veículos abandonados que poderiam esconder explosivos.
O presidente Johathan viu-se obrigado a anunciar o fechamento das fronteiras nas regiões mais atingidas pela violência, numa tentativa de controlar atividades terroristas --medidas relacionada aos limites do país com o Níger, a República dos Camarões e o Chade.
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