segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Prefeito teme nova "lambança" de Pinheiro e prefere não tirar férias

cio Alencastro | 15/01/2012 - 09:00

Prefeito teme nova "lambança" de Pinheiro e prefere não tirar férias

Romilson Dourado


Chico Galindo não confia em Júlio Pinheiro e opta por mandato sem férias para não abrir Executivo para presidente da Câmara
Depois da experiência amarga das férias do ano passado, por causa da "lambança" promovida pelo substituto imediato Júlio Pinheiro, o prefeito de Cuiabá Chico Galindo decidiu que não vai mais se licenciar por agora, contrariando expectativa do presidente da Câmara Municipal, que já estava se preparando para uma eventual nova fase de transição com vistas a atuar, mesmo que temporariamente, no Palácio Alencastro.
Embora sejam do mesmo partido, o PTB, Galindo convive politicamente, mas não "engole" as práticas de Pinheiro, que controla um duodécimo mensal de praticamente R$ 2 milhões. O prefeito só não se distancia do colega porque isso poderia provocar crise institucional, afinal, Pinheiro é um político matreiro e preside o legislativo cuiabano e tem atendido aos pleitos do Executivo em matérias consideradas polêmicas. Galindo não admite publicamente, mas vê o presidente da Câmara como culpado em parte pelo desgaste da administração. A carga negativa maior está no processo de concessão dos serviços de saneamento.
O prefeito saiu de férias em julho do ano passado. Com muita sede de poder, Pinheiro deixou a presidência da Câmara por 15 dias para assumir o comando da Capital. Com seu estilo populista e demagogo, tratou logo de deixar o que chama de "legados" e, assim, saiu atropelando etapas. Em duas semanas, apresentou projeto que transfere a gestão da água e esgoto do município para iniciativa privada e baixou decreto, determinando a desapropriação do estádio Presidente Eurico Gaspar Dutra, o Dutrinha.
A intenção de Galindo, de fato, seria fazer a concessão, mas depois de realizar audiências públicas, enfim, de preparar o "espírito" do cuiabano para esse processo. Como Pinheiro não teve cautela, reforçando a tese de "sem planejamento", a crise tomou proporção alarmante, com intervenção de vereadores, de entidades organizadas, do Ministério Público e da Justiça. Até hoje, o prefeito acumula desgaste por conta das ações de Pinheiro enquanto prefeito interino.
Tentativa
Júlio Pinheiro chegou a mandar emissário no Alencastro para saber se o prefeito iria sair de férias de novo. O vereador-presidente está em campanha à reeleição e deseja ganhar de novo a Mesa Diretora. Do Executivo, veio o recado que o frustrou. Foi informado que Galindo poderá até viajar por alguns dias, como aconteceu no período festivo do final do ano, mas não ao ponto de se licenciar por duas semanas e, assim, abrir espaço para o presidente da Câmara, já que Galindo era vice e, com a renúncia de Wilson Santos em março de 2010, ganhou a cadeira de titular. Pelo visto, a frustração e temor de Pinheiro no Palácio Alencastro foi tanta que Galindo fará de tudo para até o final deste mandato, que vai até dezembro, impedí-lo de sentar na cadeira de prefeito

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