sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

BANCO CENTRAL ECONOMIA

BC compra US$ 7 bi para evitar enxurrada de dólares da Petrobras


sex, 03/02/12
por thais.heredia |
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A mesa de câmbio do Banco Central surpreendeu o mercado financeiro nesta sexta-feira. Ao anunciar um leilão de compra de dólares a prazo pela primeira vez este ano, o BC acordou a pulga atrás da orelha dos operadores. Por que agora?
O BC quis evitar o estrago que a entrada de US$ 7 bilhões captados pela Petrobras na última quarta-feira pudesse causar ao mercado de câmbio no Brasil. Na boca miúda das mesas dos bancos, esse seria o motivo mais justificável para a decisão do BC. Tanto que, na hora do leilão, o dólar chegou a subir um pouco, mas voltou ao patamar das negociações do dia logo em seguida.
A moeda americana está abaixo do que muitos gostariam, principalmente os exportadores, que agora enfrentam baixa demanda do mercado mundial e queda de preços nos produtos comercializados.
O BC já fez isso em outras ocasiões. Quando o governo brasileiro vendeu o banco Banespa para o espanhol Santander, a mesa de câmbio do Bacen saiu comprando US$ 3 bilhões de dólares no mercado para neutralizar o impacto de um alto volume da moeda americana no mercado brasileiro.
Agora, a operação foi bem maior, mas o objetivo foi o mesmo. No Brasil o regime é o de câmbio flutuante, isto é, a moeda flutua para cima ou para baixo de acordo com o desejo do mercado. O preço da moeda é formado pela antiga lei da oferta e procura.
Intervenções como esta, apesar de evitar que o dólar caia ainda mais, podem ser explicadas pela distorção indesejada, tanto para governo quanto para o mercado, que a operação de apenas um agente, neste caso a Petrobras, possa causar na formação dos preços. Os US$ 7 bilhões comprados nesta sexta-feira pelo BC vão engordar a conta das reservas internacionais do país.

A culpa pelo resultado da balança comercial é do governo, diz Paulo Skaf


qua, 01/02/12
por thais.heredia |
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A balança comercial brasileira perdeu o equilíbrio, ou melhor, pendeu para o outro lado. Compramos US$ 1,29 bilhão a mais do que vendemos para fora do país.
Segundo o próprio Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), registramos o pior resultado das transações comerciais desde 1973 – quando o mundo não era globalizado e o Brasil era fechado para o exterior. O que temos de parecido com aquela época é que nosso menu de exportações continua sendo basicamente de produtos primários, as commodities agrícolas e o minério de ferro.
“Você achou o resultado ruim? Sabe quanto foi o déficit dos produtos manufaturados em 2011? Mais de US$ 90 bilhões. Não adianta o Brasil exportar só commodities cujos preços já começaram a cair. E, com a crise na Europa, isso vai piorar. A culpa desse resultado é do governo. O que depende das empresas está feito”, esbraveja Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp).
O executivo argumenta que já passou da hora do país ter condições de vender produtos com mais valor agregado para não sofrer em situações como a de agora, de baixo crescimento mundial e queda na demanda pelas commodities brasileiras.
“A manufatura que gera o bom emprego, paga salário melhor, agrega valor aos produtos. Mas o que estamos vendo é uma enxurrada de importações predatórias, uma defesa comercial fragilizada no governo, permitindo as práticas desleais”, diz Skaf.
Questionado sobre os incentivos fiscais já concedidos a vários setores da indústria pelo governo e os que ainda virão, o presidente da Fiesp protege a imagem do setor.
“Lamentavelmente (os incentivos) estão custando só a imagem da indústria. Porque o Brasil Maior (programa anunciado pelo governo em 2011) foi só para requentar coisas que já existiam e prorrogar ações. A indústria não quer favor. Não é “faz um favorzinho para nós”. Nós queremos, de uma forma horizontal, produzir de uma forma mais barata no Brasil”, reage.
Por onde começar?“Nós temos hoje uma defesa comercial fragilizada. Um câmbio que rouba competitividade. Juros que esfriaram a economia, faltam as reformas, o custo de energia é um dos mais altos do mundo. Não estou pessimista. Não sou pessimista. Mas o governo tem que tomar atitudes. Caso contrário, o déficit dos manufaturados vai passar de US$ 100 bilhões este ano, afetando a balança geral”, alerta o executivo.
O resultado da balança comercial em janeiro dá uma dica de que o ano não será fácil para os exportadores brasileiros. As previsões atuais falam em um superávit de até US$ 20 bilhões este ano. Bem menos do que os quase US$ 30 bilhões do ano passado.
Com ou sem reclamação da indústria, o governo se diz preocupado e avisa que deve adotar medidas para compensar o câmbio, ajudar os empresários. O que for possível para evitar que o Brasil perca espaço no comércio internacional.
Assim como a do comércio, a balança dos interesses também pende de um lado para o outro. Mas esta última dificilmente encontrará um equilibrio.

Altos e baixos da indústria continuam até que melhore a produtividade no país


ter, 31/01/12
por thais.heredia |
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A indústria não teria mesmo um bom ano no Brasil. Isso todo mundo já sabia desde o primeiro semestre de 2011. Mesmo assim, o resultado final do setor no ano passado ficou bem baixo, em 0,3%, muito menor do que se esperava.
Em junho passado o presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, disse ao G1 que a entidade projetava crescimento de 3% do setor ao final do ano. Naquele tempo, ainda esperava-se que a economia brasileira cresceria acima ou muito perto dos 4%.
O tempo passou e a coisa só piorou. Com o resultado final de 2011, ficou claro que as máquinas da indústria brasileira estavam mais devagar, quase parando, do que se imaginava.
“O que levou a indústria a ter tão parco desempenho foram fatores que hoje são indiscutíveis, como a perda de competitividade frente aos bens importados, a qual se deveu ao elevado custo de se produzir no Brasil e ao câmbio valorizado. Não havendo progresso nessas duas áreas, pouco se pode esperar em termos de uma recuperação sólida do setor”, avaliam os economistas do Instituto de Estudos para Desenvolvimento da Indústria (Iedi), em relatório publicado nesta terça-feira.
A boa notícia é que 2012 pode ser melhor do que o ano que passou. Hoje, projeta-se que a indústria cresça um pouco menos que 3%, esperança parecida com a de 2011. Atualmente os sinais mostram que esse resultado pode ser alcançado se tudo mais andar como se espera na economia.
Depois de passar dois trimestres bem fracos, a atividade voltou a mostrar vitalidade a partir de novembro, esquentando mais os motores em dezembro. Com todos os incentivos já anunciados pelo governo até agora, como isenção de impostos e aumento das alíquotas de importação de setores que ferem a competitividade dos produtos nacionais, a vida dos industriais já está mais fácil e o horizonte mais claro.
A ajuda do governo também vai incentivar a outra ponta do ciclo: os consumidores. Já é certo que novas medidas de estímulo ao crédito deverão ser adotadas para empurrar o PIB para acima dos 4%, como quer o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Só o mundo que não deve colaborar com a indústria brasileira, se a Europa continuar em crise profunda e os Estados Unidos seguirem crescendo pouco.
Ainda assim, mexer daqui e dali sem chacoalhar para valer a capacidade produtiva do país vai manter os altos e baixos da indústria por mais tempo.
“Em 2012 a indústria estará em uma encruzilhada. Por um lado, se valerá das medidas de aquecimento da economia que o Governo vem tomando. No entanto, somente isso poderá não ser suficiente, porque os entraves competitivos para as empresas brasileiras (câmbio valorizado, carências de infraestrutura e logística, elevada carga tributária e alto custo do capital) poderão não mudar no curto prazo, exceto se o governo se empenhar fortemente em reformas e em medidas adicionais”, ressalva o documento dos economistas do Iedi.

Poupança vai virar concorrência ‘desleal’ se juros caírem mais


ter, 31/01/12
por thais.heredia |
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Se os juros caírem mais, o que já foi prometido pelo Banco Central, a concorrência entre os investimentos financeiros no Brasil vai ficar desleal, com vantagem para a poupança.
Pelos rumores que correm em Brasília, o governo estuda uma mudança nas regras de remuneração da caderneta de poupança para evitar um desequilíbrio financeiro nos mercados. Esta não é uma batalha nova, mas nunca foi enfrentada para valer por nenhum governo há décadas.
“É fato que, em algum momento, vai ter que se mexer nisso. Senão, os juros nunca vão pode cair abaixo de 6%, que é a taxa garantida pelo governo para a poupança. Mesmo que seja possível que os juros cheguem a isso”, diz Miguel Ribeiro, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) .
A lei que determina a remuneração da poupança é resquício do período de inflação descontrolada. O governo deu um jeito de garantir aos poupadores um rendimento para evitar a corrosão do dinheiro pela alta diária dos preços na economia. Nos dias de hoje, com a estabilidade da moeda brasileira e a modernidade das aplicações no mercado financeiro, a lei ficou fora de contexto.
“É uma mudança inevitável. Não se pode mais adiar. As regras de hoje impedem que os juros caiam mais. Na época que foi criada, a garantia da remuneração era para evitar a perda no poder de compra. Hoje, ela impede crescimento do país”, alerta Miguel Ribeiro.
De todo o dinheiro que está aplicado no mercado financeiro brasileiro, quase R$ 2 trilhões estão em fundos de investimentos, sendo que a maior parte está em fundos de renda fixa. Na caderneta de poupança, segundo os números mais recentes divulgados pelo governo, estão depositados cerca de R$ 420 bilhões.
Os fundos de renda fixa e a caderneta de poupança são consideradas de baixo risco. A diferença está no potencial de ganhos e no custo da escolha.
Para a caderneta de poupança não existe cobrança de nenhum imposto nem taxa de administração dos bancos. Até porque, como a remuneração é assegurada pela lei há mais de 50 anos, os bancos não têm trabalho algum em manter o dinheiro em seus cofres virtuais.
Só para lembrar, a caderneta de poupança tem remuneração de 6% ao ano mais a Taxa Referencial (TR), calculada por uma média ponderada das taxas negociadas no mercado de CDBs, títulos privados dos bancos. As aplicações em renda fixa ganham com base nos juros de mercado negociados com os títulos públicos. Se os juros básicos da economia sobem, o rendimento sobe. Se os juros caem, lá se vão os ganhos. Ganhando ou não, paga-se imposto de renda de acordo com o volume investido e taxa de administração dos bancos.
Para se ter uma idéia da diferença nos ganhos, o rendimento da poupança em 2011 foi de 7,5%. Os fundos de renda fixa renderam 12,40%!
Quando os juros ficam baixos demais, a tendência é que os investidores fujam para a poupança que, além de remuneração certa, não custa nada. Entretanto, a atratividade da poupança diminui muito se o governo mexer no ganho real do investimento, deixando de assegurar a remuneração.
“A poupança é o instrumento de financiamento para habitação. Quanto mais recursos ela tiver, mais tem para investir nos financiamentos de imóveis. Quando se tem um deslocamento, um dos lados sai prejudicado. Ou vai faltar recurso para habitação ou falta para financiar o governo. É preciso achar o ponto de equilíbrio”, pondera o vice-presidente da Anefac.
A forma mais fácil e rápida para resolver o quiprocó deverá ser a cobrança de imposto de renda para as aplicações mais altas da caderneta de poupança. O ideal seria mudar a lei, mas para isso seria preciso contar com um congresso nacional coeso e convicto da necessidade da mudança. Características raras e improváveis em um ano eleitoral como 2012.
“É mais difícil convencer os políticos a mexer no ganho real do que tributar a poupança. A presidente Dilma pode usar a popularidade que ela tem hoje para mexer nisso. Mas corre o risco de ficar marcada como a presidente que ’tungou’ a poupança.”, alerta Miguel Ribeiro.

Copom foi mais do que transparente, foi translúcido


qui, 26/01/12
por thais.heredia |
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Uma das principais críticas à atuação do Banco Central de Alexandre Tombini são os tropeços na comunicação dele com o mercado. Essa comunicação é parte-chave da tarefa do BC em controlar a inflação, já que o humor dos agentes, ou a expectativa como dizem, pode variar de acordo com os sinais que recebem de quem toma as decisões.
Pois desta vez o mercado se surpreendeu. Pela primeira vez desde que é divulgada, em 1998, a ata do Copom falou em ”economês” claríssimo sobre o rumo da taxa de juros no Brasil. O documento, que explica a decisão do primeiro corte de juros de 2012, foi “translúcido” ao dizer que “o Copom atribui elevada probabilidade à concretização de um cenário que contempla a taxa Selic se deslocando para patamares de um dígito”.
Em português claríssimo, o BC avisa que vai continuar baixando os juros até chegarem à casa dos 9% ao ano. Muitas das análises feitas pelos bancos que atuam no Brasil e pelas consultorias com opiniões de economistas já previam os juros de um dígito em 2012 desde o ano passado.
Nesse processo de afrouxamento na política monetária, o nosso BC se uniu ao banco central mais poderoso do mundo. O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) sinalizou ao mercado que os juros dos Estados Unidos deverão ficar bem baixos até 2014, enquanto a atividade não mostrar recuperação mais consistente.
Havia uma chance de que o ritmo de reduções pudesse ser estancado quando a Selic chegasse a 10%. A desconfiança foi alimentada pelo próprio BC quando, em dezembro último, mostrou ao mercado que a inflação de 2013 está, nas contas de hoje, acima da meta de inflação de 4,5%.
Ora, se ainda estamos acima da meta, em algum momento o Copom terá que refletir sobre suas ações para cumprir o prometido de levar a inflação aos 4,5% ainda este ano e no ano que vem também. As projeções de mercado apontam para um IPCA (índice oficial) de 5,29% este ano. Justiça seja feita, esse número vem caindo há oito semanas consecutivas. Até dezembro chegar, há muitas variáveis que podem influenciar no resultado final.
Na visão dos diretores que compõem o Copom, a crise externa e o baixo crescimento econômico mundial ainda são fonte de muita preocupação. Mas, como tudo tem um lado positivo, o mundo crescendo menos pode provocar um efeito desinflacionário aqui dentro, ajudando o BC a alcançar o índice de 4,5%.
A comunicação do BC mudou e já colheu algum resultado desde o final do ano passado. Concordando-se ou não com o que fazem Alexandre Tombini e sua equipe, ficou mais fácil entender o que eles veem e pensam sobre a economia brasileira. Mas é bom lembrar que, apesar da “translucidez” da primeira ata do Copom de 2012, o BC mantem a prerrogativa de mudar de ideia e de posição quando quiser. E se explicar só depois.

Petrobras terá décima mulher forte do governo Dilma


seg, 23/01/12
por thais.heredia |
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A maior empresa do Brasil terá uma mulher no comando. Graça Foster será a decima mulher a ocupar um cargo de peso no governo de Dilma Rousseff, quando assumir a presidência da Petrobras.
O anúncio da indicação de Graça Foster para o comando da companhia foi antecipado pela colunista do G1, Cristiana Lôbo. José Sergio Gabrielli, que deixa o cargo, vai trocar os negócios pela política. O executivo, que ficou na presidência da Petrobras durante quase 7 anos, quer se candidatar ao governo da Bahia.
Falando de economia, a troca no comando da Petrobras não gerou surpresas no mercado financeiro. As ações da companhia na Bovespa passaram a operar em alta, como uma reação positiva dos investidores à novidade. Mas a troca, em si, não causou susto ou preocupação.
“Ele (Gabrielli) vinha preparando essa mudança há algum tempo, preparando o mercado para alteração do comando da Petrobras. A indicação da Graça Foster já era esperada, ela tem características importantes para ser uma candidata natural ao cargo, além do bom relacionamento com a presidente Dilma”, disse ao G1 Osmar Camilo, analista chefe da Socopa Corretora.
Nem por isso os desafios da nova executiva da Petrobras serão menores. A companhia fechou 2011 com produção abaixo das metas e com atrasos em operações importantes para o resultado da companhia.
“Será preciso fazer frente ao plano de investimentos da empresa para tirar óleo debaixo do pré-sal, atingir a meta de 4 milhões de barris por ano. A nova presidente terá que acomodar o fluxo de caixa da companhia, a estrutura de capital e a necessidade de investimento da Petrobras. A necessidade de investimento é gigantesca”, ressalta Osmar Camilo.
O ambiente econômico também não ajuda a dourar o cenário atual. A crise nas principais economias do mundo e a expectativa de baixo crescimento no próximos anos sinalizam um ambiente de aversão ao risco e baixo investimento.
A Petrobras é controlada pelo estado brasileiro. Os investidores minoritários detêm outra parte, e uma parcela de 40% deles é de investidores internacionais.
“Um dos desafios da nova direção é que a Petrobras crie uma nova relação de governança com investidores minoritários e tente diminuir o estrago causado pela ultima capitalização da companhia. São os acionistas minoritários que dão liquidez para empresa. Eles querem mais transparência e mais compromisso com os negócios da companhia”, alerta o presidente da Associação de Investidores no Mercado de Capitais (AMEC), Edison Garcia.
O executivo se refere aos processo de capitalização da Petrobras feito em 2009, quando o governo aumentou a participação no capital total da empresa e houve, segundo a AMEC, uma diluição da participação dos minoritários.
“Estamos muito muito próximos dos estrangeiros, investidores institucionais, fundos de pensão e outros que investem no mercado de capitais no Brasil. Eles são unânimes em dizer que a capitalização de 2009 deixou sequelas, com uma forte desconfiança de influencia e utilização política da Petrobras”, afirma Garcia.
O analista da Corretora Socopa concorda com o desconforto dos investidores. “O mercado tem receio de que o governo venha fazer uma nova capitalização. Por ora, parece que a Petrobras consegue realizar os investimentos com caixa próprio, respeitando a estrutura de capital e balanço da empresa”, comenta Osmar Camilo.
O presidente da AMEC, Edison Garcia, elogia Graça Foster pelo fato dela ser uma funcionária de carreira da Petrobras, profunda conhecedora do setor petrolífero e, acima de tudo, contar com a confiança da presidente Dilma.
“O conhecimento da indústria e o bom trânsito junto o controlador (União), podem facilitar o trabalho dela”, diz o executivo.
Graça Foster tem fama de durona e vai integrar um grupo de mulheres do governo Dilma que se assemelha ao jeito da presidente administrar o país.
As “gerentonas”, no jargão político, fortalecem a figura da presidente Dilma e sinalizam que a política não deve vencer todas as batalhas pelos cargos mais cobiçados do governo.

O dinheiro voltou a “trabalhar” nos mercados financeiros


sex, 20/01/12
por thais.heredia |
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A semana termina bem diferente do que prometia na segunda-feira. Já começou carregando o rebaixamento da classificação de risco da França. Em seguida, a mesma coisa aconteceu com o Fundo de Estabilização Europeu. Ambos eventos indicavam que a situação na Europa piorava e preocupava ainda mais.
O que aconteceu então nos mercados financeiros, que ditam o termômetro da crise? Nada. Ou melhor, coisas boas. As bolsas de valores subiram, por exemplo. Alemanha fechou a semana com alta de 8,6%. Nos Estados Unidos, a alta do índice S&P foi de mais de 4%. Aqui no Brasil, o Ibovespa acumula alta de quase 10% no mês, e boa parte do ganho foi esta semana.
Os países europeus conseguiram rolar suas dívidas pagando menos juros, ainda que com prazos bem curtos. O acordo entre a Grécia e os bancos privados avançou de onde parecia ter encalhado. Também importante, a economia americana deu novos sinais de que está se recuperando levemente.
Aqui no blog, previmos dias mais complicados e tensos, mas cabeça de investidor pensa diferente mesmo. “O dinheiro precisa voltar a trabalhar”, diz o administrador de um fundo de investimentos estrangeiro que opera na Europa.
“No final do ano passado o mercado reduziu demais a exposição ao risco. Todos se prepararam demais para um agravamento da crise na Europa. Agora, a sensação é de que não há risco de que algo de muito grave aconteça no curto prazo. Não há uma grande novidade à vista. Por isso a pressão diminuiu”, explica o executivo ouvido pelo G1.
Devagar, o dinheiro voltou a ser aplicado em ativos de baixo risco neste início de ano. Aos poucos, os investidores vão ousando um bocado aqui, outro ali, se posicionando em ativos mais arriscados. O ditado popular já diz que dinheiro parado é prejuízo.
Por que então líderes como o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, ou a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, continuam fazendo tanto alarde sobre a gravidade da situação?
Porque ela é e continua muito grave. A Europa tem um problema estrutural seriíssimo nos fundamentos da zona do euro. Será preciso muito dinheiro para restaurar a credibilidade dos países e, mais difícil ainda, dinheiro para injetar fôlego nas economias.
“Eles (líderes mundiais) fazem isso porque precisam de dinheiro. E dinheiro é solução ou, no mínimo, ajuda a postergar um evento caótico”, diz o gestor de investimentos.
Ainda há muito o que fazer de uma agenda bem comprida e complexa. Nisso, concordam os investidores e o resto do mundo. Mas pelo menos por agora o botão de risco dos mercados financeiros está em “on” (ligado), fazendo circular o dinheiro pelo mundo, como gosta e precisa o capitalismo global.

Copom inicia primeira reunião de 2012


ter, 17/01/12
por thais.heredia |
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A economia brasileira reage, ou melhor, começou a reagir em novembro do ano passado, como mostram os indicadores conhecidos até agora. Ainda é cedo para saber a intensidade da recuperação e, principalmente, se será suficiente para fazer o PIB crescer 4,5% este ano como quer o governo de Dilma Rousseff.
Em análise sobre a economia mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU) prevê que o Brasil cresça 2,7% em 2012, abaixo dos 3,3% esperados por analistas de mercado. O estudo da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), avalia que a “economia global esteja à beira de uma recessão” e ainda não é possível prever os efeitos que isso deve causar mesmo nas economias em situação mais confortável, como a nossa.
O que o Comitê de Política Monetária (Copom), que inicia nesta terça (17) sua primeira reunião do ano, deve fazer com todas essas informações, além do que os diretores do BC veem a mais sobre o comportamento da economia brasileira e mundial, na hora de tomar a primeira decisão sobre os juros de 2012?
Provavelmente nada diferente do que já se espera: uma redução da taxa básica da economia em 0,50 ponto percentual. A dúvida em destaque é: quanto mais o Copom está pensando em cortar a partir da próxima reunião em março? O que os analistas esperam ansiosamente dos diretores do comitê é que eles sejam bastante transparentes sobre suas análises e intenções. Não querem ficar “no escuro” ou se assustar novamente com surpresas.
“Nossa visão é de que o ciclo de afrouxamento monetário se aproxima do fim. Os incentivos fiscais e monetários que vêm sendo concedidos ao longo dos últimos meses devem fazer a atividade econômica acelerar, principalmente a partir do segundo semestre de 2012”, diz o economista Roberto Padovani, em relatório da Corretora Votorantim.
“O IBC-Br de novembro (prévia do PIB calculada pelo BC) mais forte que o esperado ajudou o mercado a pender para o fim do ciclo. Se esse for o caso, é provável que o BC já mostre alguma sinalização mais forte (de fim do ciclo) no próprio comunicado do Copom. Ainda acho que não seja o caso. O BC deve sim promover pelo menos mais uma queda”, avalia Fernando Genta, economista da MCM Consultores.
Com mais dois cortes, a taxa de juros chegaria a 10% ao ano. Os bancos Itaú-Unibanco e Bradesco ainda esperam que a taxa básica chegue a um dígito até abril. Mesmo assim, em análises enviadas a clientes, os economistas das duas instituições não deixam de fazer alguma ressalva às suas expectativas, caso o BC mude de estratégia.
“Nós vemos mais quatro cortes de 50 pontos, empurrando a Selic a 9%. No entanto, reconhecemos que o tom mais cauteloso do BC, e o possível uso de outras ferramentas para acelerar o crescimento além da taxa de juros, podem resultar em um menor ciclo de flexibilização”, comentam os economistas do Itaú-Unibanco.
“O DEPEC-Bradesco, diante da melhora considerável das condições externas, dos sinais da recuperação moderada da atividade econômica doméstica – especialmente a partir de novembro – e da comunicação do Relatório de Inflação (dez/2011), reconhece a sua menor convicção em relação aos próximos passos do ciclo de afrouxamento monetário, que, em nosso cenário base, ainda considera mais 3 cortes de 50 pbs, chegando a 9,5% em abril deste ano”.

Europa enfraquece diante do risco


seg, 16/01/12
por thais.heredia |
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O fundo europeu de resgate financeiro, tecnicamente chamado de Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, em inglês) deveria ser o último samurai disposto a lutar pelas economias do velho continente. Perdeu a espada e a imponência ao ter a nota de risco rebaixada pela agência Standard & Poor’s nesta segunda-feira (16).
Criado em maio de 2010, o fundo surgiu em caráter temporário, exclusivamente para ajudar os países em crise e sem caixa para pagar a dívida pública. Há quase dois anos a Grécia era a maior preocupação. Logo em seguida emergiram Portugal e Irlanda com problemas tão graves quanto os do vizinho grego. Agora Itália, Espanha e até a França enfrentam o mesmo inimigo: a desconfiança geral. Além do caixa vazio.
O EFSF tem no cofre 440 bilhões de euros para emprestar aos países sem recursos para pagar títulos a vencer. Boa parte desse dinheiro está depositado em garantias dadas pelos 27 países-membros da comunidade europeia. Os países depositam, principalmente, títulos públicos como colateral (garantia) a operações de captação que o fundo tem feito no mercado financeiro.
Funciona assim: O EFSF vai à mercado vender um título próprio, oferecendo como garantia tudo o que os países membros depositaram lá. O fundo vinha se saindo bem, pagando taxas de juros bem menores do que Espanha e Itália. Com o dinheiro recebido pelos títulos, o EFSF empresta aos países em crise.
Até esta segunda-feira, os títulos do fundo eram classificados como “triplo A”, o que lhe abria oportunidades em qualquer instituição financeira do mundo.
Agora, com a nota mais baixa, muitos investidores serão obrigados a parar de comprar e também a vender os papéis que têm em carteira. Os grandes bancos e fundos de investimentos internacionais têm uma regra comum em seus estatutos de que só podem comprar ativos com a nota máxima dada pelas agências de risco.
Quando tirou da França o título de “triplo A”, a agência de risco Standard & Poor’s atingiu em cheio o fundo de estabilização da Europa. Como a França é um dos mais importantes garantidores do EFSF, ao perderem o status de “livre de risco”, os franceses provocaram também uma diminuição no poder de fogo do super fundo.
Pela previsão dos líderes europeus, em julho deste ano o EFSF deixará de ser temporário para se tornar um mecanismo permanente de ajuda aos países da comunidade europeia. A mudança não faria aumentar o caixa da entidade. Talvez com um pouco mais de dinheiro, podendo chegar a 500 bilhões de euros. Mas parece muito menos do que seria necessário para estancar a crise.
Muito antes de julho será preciso apresentar um dispositivo-substituto que seja forte e seguro, capaz de convencer o mundo de que a Europa ainda tem um salva-vidas. O próprio presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, já abanou os braços para avisar que não será fácil atravessar o maremoto sem um deles.

Trégua para a Europa pode estar chegando ao fim


sex, 13/01/12
por thais.heredia |
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Como raramente se viu na história recente, os executivos do mercado financeiro e das agências de classificação de risco têm uma opinião em comum: a situação continua a piorar.
O rebaixamento da nota de risco da França já era mais do que esperado. Ao perder o chamado “triplo A”, nota mais alta, os franceses agora se igualam aos americanos, que receberam, no ano passado, a mesma notícia desagradável da mesma instituição, a Standard & Poor’s (S&P). A diferença aqui é que, para a França, a S&P manteve a revisão negativa para a dívida, indicando que mais notícias como essa podem vir. Para o mercado, a mensagem é que o risco francês segue deteriorando.
A mudança na avaliação da nota francesa é mais do mesmo processo que vem acometendo os países europeus. Há um significado simbólico na redução mas, na prática, o mercado já tratava a França como não “AAA”. O efeito imediato da nova classificação da dívida francesa, assim como dos outros oito países que foram rebaixados na mesma leva, é um aumento na percepção de que não há uma solução à vista para a crise.
Não haverá muito tempo para debater sobre a decisão da S&P, nem sobre o ego ferido dos europeus por perderem a majestosa e secular credibilidade. Nesta sexta-feira, para aumentar a apreensão, foi interrompida a negociação entre os bancos privados e o governo da Grécia para o acordo de renegociação da dívida do país. A Grécia quer que os investidores privados aceitem um desconto maior que os 60% já acordados em 2011. Não apareceu pretendente que aceite perder mais.
A trégua que foi dada para a Europa no final do ano passado está se fragilizando. A calmaria aparente do mercado se deu, principalmente, depois que o Banco Central Europeu injetou quase 500 bilhões de euros nos bancos da região que estavam ameaçados pela crise.
De fato, muito pouco ou quase nada do que foi acertado entre os países membros da União Europeia em novembro passado, para melhorar a condição das economias, saiu do papel. Os líderes da crise, alemães e franceses, não se cansam de anunciar medidas, pretensões, promessas, imaginando que só dizer o que se quer fazer seria suficiente para acalmar o mercado.
Não foi e não deverá mais ser. A pergunta que fica é: será que eles sabem de antemão que não vão conseguir entregar o prometido ou realmente não sabem por onde começar? A resposta, qualquer que seja, não seria nada animadora.

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