segunda-feira, 2 de julho de 2012

Prazo de inscrições para as bolsas do Prouni termina nesta segunda-feira

São 90.311 bolsas integrais e parciais em 1.316 instituições, diz MEC.
Relação dos beneficiados com bolsa de estudo sairá na quinta-feira (5).

Do G1, em São Paulo
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O período de inscrições para o processo seletivo do segundo semestre do Programa Universidade para Todos (Prouni) termina nesta segunda-feira (2). As inscrições devem ser feitas exclusivamente pela internet, no site oficial do programa. Podem participar todos os estudantes que tenham feito a edição de 2011 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e se encaixem nos critérios sócio-econômicos estipulados pelo MEC. O Prouni é o programa do governo federal criado em 2004 para oferecer bolsas integrais ou parciais em universidades particulares do Brasil a estudantes de baixa renda.
De acordo com o ministério, serão oferecidas nesta edição do programa 90.311 bolsas, sendo que 52.487 delas são integrais e 37.824 de 50% da mensalidade, em 1.316 instituições privadas de ensino superior.
Inscrições no site do Prouni foram abertas nesta quinta-feira (28) (Foto: Reprodução)Inscrições no site do Prouni foram abertas nesta quinta-feira (28) (Foto: Reprodução)
Cronograma
A primeira chamada será realizada nesta quinta-feira (5), e os candidatos aprovados devem comprovar a documentação junto às instituições de ensino superior para efetivar a matrícula entre os dias 5 e 13 de julho.
A segunda chamada será divulgada no dia 20, com comprovação das informações entre os dias 20 e 26. Os candidatos que não forem convocados nas duas primeiras chamadas podem optar por participar da lista de espera entre os dias 2 e 4 de agosto. A convocação de candidatos na lista de espera terá início no dia 7 de agosto.
Inscrições
Para participar do Prouni, os candidatos deverão fazer a inscrição, que é gratuita, no site do Prouni, inserindo o número de inscrição do Enem 2011 e o CPF. Cada candidato poderá escolher até duas opções de cursos. É possível escolher qualquer curso em qualquer instituição. Porém, é preciso observar as exigências específicas de cada curso (alguns têm requisitos a mais, como licença piloto privado, no caso do curso de ciências aeronáuticas).
O sistema divulgará, diariamente, a nota de corte de cada curso, e o candidato poderá fazer alterações na sua inscrição até o prazo final. O Prouni considerará, para a seleção, apenas a última alteração realizada.
Requisitos
Podem se candidatar às bolsas integrais estudantes com renda familiar, por pessoa, de até um salário mínimo e meio (R$ 933, a partir de 1º de janeiro de 2012). As bolsas parciais são destinadas a candidatos com renda familiar de até três salários mínimos (R$ 1.866, em janeiro) por pessoa. Além de ter feito o Enem 2011, com um mínimo de 400 pontos na média das cinco notas do exame e pelo menos nota mínima na redação, o candidato deve ter cursado todo o ensino médio em escola pública ou, em caso de escola particular, na condição de bolsista integral.
Professores da rede pública de ensino básico que concorrem a bolsas em cursos de licenciatura, curso normal superior ou de pedagogia não precisam cumprir o critério de renda, desde que estejam em efetivo exercício e integrem o quadro permanente da escola na qual atuam

Pai de Cachoeira diz que filho 'nunca mexeu com jogo do bicho'

'Fazem dele um monstro. Ele é mais do que vítima', afirma o pai.
Tião Cachoeira, 88, conta que ele próprio trabalhou com jogo por 20 anos.

Iara LemosDo G1, em Anápolis
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Sebastião de Almeida Ramos, pai de Carlos Cachoeira, que está preso desde fevereiro. (Foto: Vianey Bentes/ TV Globo)Sebastião de Almeida Ramos,
pai de Carlos Cachoeira (Foto:
Vianey Bentes/ TV Globo)
Sebastião de Almeida Ramos, conhecido como Tião Cachoeira e pai do contraventor Carlinhos Cachoeira, afirmou, em entrevista ao G1, que seu filho "nunca mexeu como o jogo do bicho". Tião Cachoeira diz que Carlinhos, como é conhecido o filho, só ajudou donos de máquinas caça-níqueis e que o sustento vinha de um laboratório farmacêutico em Anápolis (GO).
Carlinhos Cachoeira está preso desde o fim de fevereiro acusado de utilizar uma rede formada por agentes públicos e privados para explorar o jogo ilegal. As relações dele são investigadas em uma CPI mista no Congresso Nacional.
"O que acabou com o Carlinhos foi a mídia. Ele nunca mexeu com o jogo do bicho. Fazem dele um mostro. Da forma como estão tratando ele, cada dia ele é uma pessoa pior. Ele é mais do que vítima. Ele é mais do que honesto", afirmou Tião Cachoeira ao G1. A entrevista foi concedida na casa de Tião em Anápolis, no mesmo dia que o "Fantástico" entrevistou Andressa Mendonça, mulher de Carlinhos Cachoeira - veja a íntegra da entrevista de Andressa ao "Fantástico".
Tião Cachoeira, atualmente com 88 anos, disse que ele próprio atuou com jogo do bicho por cerca de 20 anos. Contou que começou ainda jovem, na década de 60, logo que chegou a Anápolis, depois de ajudar na construção de Brasília na década de 50.
"Eu me associei com um amigo meu aí e comecei a trabalhar em diversas coisas, primeiro com comércio. Tem até rua com o nome dele aí, Rua Gedeon. Agora o que eles falam, o jornal traz uma reportagem, que, em 1953, ele [Carlinhos Cachoeira] pegava jogo do bicho de bicicleta para eu fazer. Dez anos antes de ele nascer?", questionou Tião, ao afirmar que o filho nasceu em 1963.
Sebastião de Almeida Ramos, pai de Carlos Cachoeira. (Foto: Vianey Bentes/ TV Globo)O pai de Carlos Cachoeira em
conversa com G1 em sua casa
em Anápolis (Foto: Vianey Bentes
/ TV Globo)
Tião Cachoeira contou que afastava Carlinhos Cachoeira de suas atividades. "Os filhos sabiam [que vendia jogo do bicho]. Eu nem deixava ele [Carlinhos Cachoeira] chegar na porta."
O pai de Cachoeira disse também que o filho auxiliava os moradores da cidade a conseguir empregos em máquinas caça-níqueis. "Caça-níquel mais foi para ajudar os outros. Foi para ajudar a dar emprego para os outros e eu vou te explicar. Para ajudar os outros que tinham máquina e para ajudar os outros, dar emprego, essas coisas. Jogo do bicho ele não tem. Ele nunca mexeu com jogo do bicho."
Para Tião Cachoeira, que afirmou viver hoje de rendas de aposentadoria, é preciso legalizar o jogo no país. "No Brasil inteiro não tem cidade nenhuma que não tenha caça-níqueis. O irmão do Lula foi preso num caça-níquel. Nunca falaram, falaram do Carlinhos Cachoeira", disse Tião Cachoeira, em referência a Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão do ex-presidente Luiz Inácio da Silva investigado em operação da Polícia Federal sobre jogos de azar.
Tião Cachoeira afirmou que, desde a prisão do filho, tem recebido, em Anápolis, pedidos de pessoas que afirmam ter ficado sem fonte de renda. "A cidade acabou uns 80% com esta prisão do Carlinhos. Não estão nem conseguindo pagar aluguel, desempregadas. Elas tinham essas maquininhas. Com a prisão dele, pegaram todas [as máquinas] e acabaram com eles [moradores].".
Para mim foi a coisa pior da minha vida. Ver uma pessoa que não merece estar preso. Entrei chorando e saí chorando."
Tião Cachoeira, sobre visita ao filho no presídio da Papuda
A origem
Tião Cachoeira levou do interior de Minas Gerais o apelido pelo qual a família é conhecida. Seu pai, Antonio, era dono de uma fazenda chamada Cachoeira na cidade mineira de Araxá. Desde então, toda a família passou a ser chamada de Cachoeira.
“Fazenda do papai chamava Cachoeira. O povo de Araxá chamava ele de Antonio Cachoeira. Eu era Cachoeirinha e virou tudo Cachoeira."
Prisão
Tião Cachoeira relatou que visitou o filho no presídio da Papuda, em Brasília, uma única vez.
"Fui uma vez [visitar Cachoeira]. Para mim foi a coisa pior da minha vida. Ver uma pessoa que não merece estar preso. Entrei chorando e saí chorando. Tu vê um filho que só pode pegar nove bananas e um saquinho de bolacha que pode levar para ele. Foi isso que eu levei lá quando eu fui. E a mulher dele que vai lá toda a semana leva a mesma coisa, nove bananas e um saquinho de bolacha. Esta semana ele devolveu até. Ele não quis", contou o pai do contraventor.
A mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, deixa o tribunal antes do final da sessão de julgamento, ao lado de Tião Cachoeira, pai do contraventor (Foto: Rafael dos Santos / G1)A mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, e Tião
Cachoeira ao deixarem o TJ-DF, que julgava um
pedido de liberdade para Cachoeira. A liberdade foi
negada (Foto: Rafael dos Santos / G1)
Ele disse esperar que o filho seja solto até 16 de setembro, quando completa 89 anos. "Espero que ele saia antes. Se ele sair logo, aí eu vou até os 100 anos."
O pai de Cachoeira lamentou ainda a ausência do filho no enterro da mãe, que morreu em maio. Maria José de Almeida Ramos, de 79 anos, conhecida como dona Zezé, estava internada em Anápolis.
“Minha esposa ficou na UTI. E não deixaram ele [Carlinhos Cachoeira] vir vê-la. Deixar eles deixaram, mas vir algemado e acompanhado de policiais na terra dele, onde todo mundo é amigo. Para ele, era impossível”, disse Tião.
Na última semana, Cachoeira se desentendeu na prisão com um agente e pode responder por desacato.. Segundo Tião Cachoeira, o filho está muito “agitado”, e tem recebido visita frequente de um médico da prisão. “Ele está muito agitado, doente, o médico até foi ver ele ontem [quinta-feira]”, disse.
Demóstenes
Sobre a amizade de Carlinhos Cachoeira com o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), Tião Cachoeira afirmou que o filho nunca pediu ao político favores irregulares. Demóstenes teve o pedido de cassação do mandato aprovado pelo Conselho de Ética do Senado por suspeita de ter utilizado o mandato parlamentar para beneficiar o bicheiro. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado vota o pedido de cassação do senador nesta quarta-feira (4).
“Amigos eles eram [Cachoeira e Demóstenes]. Para te falar a verdade, tu via às vezes ele pedir para o Demóstenes fazer, mas nada de crime. Nada do que ele pediu para o Demóstenes era crime, e o Demóstenes nunca ajudou, nunca fez nada para ele”, contou o pai do contraventor.

Hugo Chávez fala sobre sua luta contra o câncer e pede mais vida para Jesus

Hugo Chávez fala sobre sua luta contra o câncer e pede mais vida para Jesus
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, deu declarações sobre sua saúde na última semana. E entre outras declarações afirmou que pede insistentemente para que Jesus Cristo dê a ele mais alguns anos de vida. Chávez luta contra o câncer a mais de um ano, e as declarações religiosas foram uma constante durante seu tratamento.
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Em entrevistas prestadas após a reunião que teve com Bielorrusso Alexander Lukashenko, que se despediu do palácio do governo após assinar uma serie de documentos que ampliaria em uma estreita cooperação com ambos os governos, o presidente venezuelano falou de sua condição de saúde e de suas expectativas para as eleições.
- Não sou como um cavalo que era há 20 anos, mas nós vamos e ganharemos estas eleições, e a surra que vamos dar na oposição vai ser inesquecível – afirmou o presidente aos jornalistas, no palácio presidencial. Chávez disse ainda que está se recuperando, fazendo exercícios, caminhando e correndo.
De acordo com a CBN, o presidente da Venezuela comentou também sobre sua participação na próxima Cúpula do Mercosul e da cúpula presidencial da Unasul. Ele reafirmou a “importância estratégica” desses eventos e disse que por isso pretende sim estar presente.
Se apresentado forte e disposto junto aos jornalistas, Hugo Chávez respondeu animadamente às perguntas sobre seu estado de saúde e ressaltou que pede a Cristo que lhe dê mais vida para recuperar-se do câncer e prosseguir governando a nação.

Noticia/Politica

Mendes opta por recuo para manter Pedro Taques aliado nestas eleições

Da Editoria - Marcos Coutinho/Da Redação - Lucas Bólico
Foto: Lucas Bólico - OD
Mendes opta por recuo para manter Pedro Taques aliado nestas eleições
O candidato a prefeito pelo PSB em Cuiabá, empresário Mauro Mendes (Bimetal) optou por abrir mão de uma coligação com o PMDB do governador Silval Barbosa e do deputado federal Carlos Bezerra (presidente do partido) para manter o senador Pedro Taques (PDT) como seu principal aliado.

As últimas 48 horas foram marcadas por uma tensa queda de braço entre Mendes e Taques, visto que o pedetista se mantinha intransigente e não aceitava compor com o PMDB. Por outro lado, Mendes também mantinha a convicção de que a sigla peemedebista era importante para seu projeto político.

Nas duas últimas reuniões entre os dois líderes, a intransigência era notória. Após analisar o cenário e pesar os prós e contras de uma aliança com o PMDB, que pressionava para indicar o candidato a vice de Mendes, o socialista decidiu não aceitar a imposição dos nomes colocados na mesa de negociação pela cúpula peemedebista (Totó Parente e Francisco Faiad, nessa ordem).

E o PMDB também não abriu mão de seus indicados, o que levou Mendes a reatar o diálogo com Taques, que vinha acusando seu antigo aliado de traição, incoerência etc. Diante da firmeza de Mendes em rejeitar as indicações do PMDB, o partido acabou optando por uma composição com o vereador petista Lúdio Cabral.

A aliança Lúdio-Faiad atende também aos interesses do Palácio do Planalto, que interveio nas articulações, com pedido da presidente da República, Dilma Rousseff (PT). A coligação ‘feita de última hora’ entre PT e PMDB ainda será beneficiada com o maior horário eleitoral da disputa.

A última reunião entre Mauro Mendes e líderes do PMDB aconteceu na noite de sexta-feira (29), intermediada pelo senador Blairo Maggi, na casa do próprio congressista. Na saída da reunião, que contou com a presença do governador Silval Barbosa, Mauro saiu afirmando que contava com o apoio do PMDB.

O governador Silval Barbosa admitiu que até uma hora da manhã de sábado, Totó Parente ainda era o pré-candidato oficial da legenda em Cuiabá. A resposta à ao grupo de Mendes só se concretizou, no entanto, na manhã de sábado, na casa do governador.

Totó ironiza Mendes: “tem candidato se especializando em perder eleição”

 

Da Redação - Lucas Bólico
Foto: Priscilla Vilela - OD
Totó ironiza Mendes: “tem candidato se especializando em perder eleição”
O até então pré-candidato a prefeito por Cuiabá, Totó Parente (PMDB), não poupou ironia e esbanjou confiança durante o anúncio oficial da aliança entre PMDB e PT, ocorrido na manhã deste sábado, na sede da Associação Mato-Grossense, durante a convenção peemedebista.

“Tem candidato se especializando em perder eleição”, ironizou Totó, em uma clara referência ao empresário Mauro Mendes, candidato do PSB, que vem de duas derrotas consecutivas, uma em 2010, quando disputou o governo pelo atual partido e outra em 2008, quando disputou a Prefeitura de Cuiabá pelo PR.

“Ele perde a eleição, ganha mais dinheiro, perde outra eleição, ganha mais dinheiro ainda e perde outra eleição”, brincou o militante do PMDB em discurso.

“Acharam que iriam ganhar a eleição por W.O. [sigla em inglês para walkover, nome dado quando uma equipe vence uma disputa pela inexistência de adversários]”, completou, em referência às articulações do socialista, que tentou agrupar em seu palanque PMDB, PR e PDT.

Sem citar em momento algum o nome do empresário, Totó seguiu com suas indiretas, dizendo que Cuiabá e o povo cuiabano “não iriam se render aos milhões”.

Apesar de estar fora da disputa, Totó comemorou a aliança que terá como candidatos Lúdio Cabral (PT) e Francisco Faiad (PMDB). “Não tinha como ser melhor”, declarou. “O PPS é oposição ao governo federal, o PSB é oposição ao governo estadual”, elencou.

Ausência de candidatos a vice mostra falta de lideranças; cargo abrevia acesso ao poder

 

Especial para Olhar Direto - Jonas da Silva
Foto: Montagem Olhar Direto
Candidatos a prefeito em Cuiabá
Candidatos a prefeito em Cuiabá
A briga dos últimos três dias antes das eleições em Cuiabá e Várzea Grande não foi claramente quanto a quem seria o candidato imbatível para ganhar a disputa. Foi uma andança enlouquecida de principais líderes e partidos para indicar o cargo de vice em chapa supostamente vencedora.

Haja reuniões, noites sem sono e telefonemas. E pior, faltam nomes e lideranças preparadas das agremiações do cenário político para convencer multidões.

Outro detalhe é que os atuais mandatários em Cuiabá e Várzea Grande eram vices, seja por conduta pública inadequada dos titulares punidas pela Justiça Eleitoral ou por outros projetos políticos. Ou seja, os vices acabaram por dividir mandatos e a conjuntura chamou a atenção pela briga da vaga.

O melhor exemplo certeiro da disputa pela vaga de vice foi mostrada pelo PMDB com Totó Parente. Líder estudantil, ex-vereador, candidato da sigla em 2004, peemedebista que conhece bem as bases e sentimentos do partido, ele foi colocado diante do ex-governador e senador Blairo Maggi e seu PR como bode na sala. Bateu o pé em candidatura própria.

E não é que Totó acabou por ter sucesso? Com aval e sustentação da cúpula partidária estadual e municipal, arrancou para seu partido a vaga de vice-prefeito na chapa de Lúdio Cabral (PT), no nome do ex-vereador por Alta Floresta e ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB-MT), advogado Francisco Faiad.

Fora esta estratégia, a prova da tese de ausência de novas lideranças no jogo de poder é que entre os quatro principais candidatos em Cuiabá, pelo menos dois estão com seus vices indefinidos, Carlos Brito (PSD) e Guilherme Maluf (PSDB). Sem falar na rebeldia dos candidatos a vereador do PR.

Mesmo com aval da Executiva republicana de Cuiabá, os que vão disputar a Câmara preferem o vereador Francisco Vuolo, desejado antes pelo candidato Mauro Mendes (PSB) e o senador Blairo Maggi (PR).

O caso se repete em Várzea Grande. Lá, nos finalmentes, já na noite de sábado, o atual prefeito Tião da Zaeli (PSD) desmanchou a candidatura da professora Nicinha, Eunice Teodora dos Santos (PSB) para torná-la sua vice. Na cidade, por exemplo, o PSDB até ensaiou o nome do empresário Adauton Tuim para titular de prefeito ou até vice-prefeito. Até onde se sabe, a ideia não vingou.

Ainda na antes Cidade Industrial, o Democratas (DEM) da família dos ex-governadores Júlio Campos (deputado federal) e Jaime Campos (senador) fechou em si e referendou o nome do ex-secretário e coordenador da primeira campanha de Murilo Domingos (PR), Arilson Arruda (PRB). E Walace optou pelo vereador Wiltinho Coelho (PR).

Faltam quadros
A falta de vices, com exceção da briga do PR na Capital, é uma contradição na política da democracia representantiva em que vivemos. Por ela, lideranças querem sempre mais poder e catapultar cada vez mais seus grupos. Em geral, partidos e grupos políticos não formam quadros preparados para gestão futura e liderar suas siglas.

O exemplo emblemático do caso é o DEM e mesmo do PP, que definharam em representatividade nos últimos anos no Congresso Nacional e em referências perante a opinião pública. Não por menos, o DEM de Cuiabá foi barrado pela cúpula tucana com sua pretensão de ter vice de Maluf. O nome não seria qualificado.

O PMDB está quase neste meio termo de novas lideranças. Com a permissão que o citado entenderá como algo importante, o exemplo a seguir ilustra bem. No ano passado, o então prefeito de Rondonópolis, José Carlos do Pátio (PMDB), comparava em seu gabinete sua sigla com a nascente força do PSB.

Ele dizia que os socialistas estão em espécie de crista da onda, com lideranças como o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, cotado para vice da presidente Dilma Rousseff em 2014 ou candidato em 2018, um "jovem de 40 e poucos anos"; o irmão do ex-ministro Ciro Gomes, Cid Gomes, governador do Ceará.

Ao mesmo tempo analisava que o seu PMDB tinha um ministro do Turismo de cerca de 80 anos, Pedro Novais, afastado por gulodices e tentações que a máquina pública favorece.

Se nos grandes partidos, o desafio de quadros é grande, imagine naqueles médios e pequenos?

Como se pode ver, a comparação é exemplar sobre a forma como alguns partidos entendem a administração pública, quando inevitavelmente a mistura com as intenções privadas.

Em Mato Grosso, algumas lideranças novas se despontam, em processo natural para suceder, seja no debate de ideias e projetos na cena política, ou como força eleitoral capaz de ascender ao poder. É uma prática histórica da representação de governos e legislativos eleitos pelo voto popular. É da democracia a alternância de representantes.

Vez ou outra, o eleitorado entende este sinal. Outras vezes não, aproveita-se do poderio econômico e força persuasiva do marketing de candidatos para satisfazer suas necessidades humanas pessoais e urgentes, em detrimento de aspirações e demandas coletivas de curto e longo prazo em políticas públicas.

Poder de vice
Em um país em que sempre se fala que "vice não manda nada", os políticos de plantão trataram de desfazer a sabedoria popular. Até o vice-governador Chico Daltro (PSD) cabe como caso de estudo e observação da população e servidores.

Antes da posse e posteriormente, ele negociou várias vezes com o atual ocupante do Palácio Paiaguás, governador Silval Barbosa (PMDB), mais espaço e poder de mando. Assim, obteve força na gestão ao trazer para si autarquias e outros penduricalhos do governo, leia-se responsabilidade de definir e decidir sobre políticas públicas para ampliar dividendos políticos.

Mas o papel de vice-prefeito nestas eleições aguçou a cabeça de líderes partidários cuiabanos e várzea-grandenses. É só relembrar. Em 2008 Wilson Santos foi reeleito prefeito ao derrotar Mauro Mendes, então PR, e seu vice-prefeito virou o atual prefeito Chico Galindo, com a saída do tucano para a errante campanha ao governo de 2010.

A situação é equivalente em Várzea Grande. Murilo Domingos (PR) reeleito em 2008 viu a guerra de afastamento e posse até ser cassado e cedido o lugar para o atual prefeito à reeleição, Tião da Zaeli, antes PR e agora PSD.

Por decisões da Justiça Eleitoral diante das mazelas de improbidades e outros atos não permitidos por gestores públicos, outros prefeitos de grandes cidades de Mato Grosso também caíram fora das benesses da administração. Cerca de 25 prefeitos desde 2008 foram trocados.

São os casos de Túlio Fontes (DEM) em substituição a Ricardo Henry (PP) e Júlio César Ladeia (PR) e seu vice José Jaconias (PT) foram cassados e trocados em eleição suplementar pelo ex-prefeito da cidade e atual prefeito, Saturnino Masson (PSDB).

Como se percebe, a política tem suas idas e vindas, as artimanhas. Entretanto, seguem-se os embates eleitorais. Cabe ao eleitor perceber, sem se prender muito à paixão, qual é o melhor para sua cidade e esgotar todas as dúvidas antes da escolha não para o dia da eleição, mas para os próximos quatro anos da sua vida.

Porque do prefeito depende o bem-estar do cidadão, seja com serviços emergenciais, como saúde, educação, trânsito e iluminação pública. E tantas outras necessidades do cotidiano. O destino das 141 cidades de Mato Grosso, portanto, está nas mãos dos cerca de 2,2 milhões de mato-grossenses. E a sorte foi lançada com o fim das convenções.