sexta-feira, 2 de março de 2012

Irã realiza eleições legislativas em meio a crise por programa nuclear

48 milhões de eleitores vão às urnas para eleger 290 novos parlamentares.
Eleições são as primeiras desde a polêmica reeleição de Ahmadinejad.

Da France Presse
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As eleições legislativas começaram nesta sexta-feira (2) às 8 horas locais (1h30 de Brasília) no Irã, onde cerca de 48 milhões de eleitores estão convocados às urnas para eleger 290 deputados de um Parlamento que deve seguir dominado pelos conservadores no poder.
As eleições devem reforçar o poder dos clérigos encabeçados pelo líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, frente a seus rivais políticos ultraconservadores liderados pelo presidente do país, Mahmoud Ahmadinejad.
Iranianos fazem fila para votar em mesquita transformada em sessão de votação em Teerã, nesta sexta (2)  (Foto: Atta Kenare / AFP)Iranianos fazem fila para votar em mesquita transformada em sessão de votação em Teerã, nesta sexta (2) (Foto: Atta Kenare / AFP)
Num momento em que o Irã enfrenta um crescente isolamento internacional, sanções ocidentais por seu programa nuclear e a ameaça de ataque por parte de Israel, os líderes iranianos têm pedido uma alta participação dos eleitores para aumentar a sua legitimidade.
É pouco provável que o pleito tenha muito impacto na política exterior do Irã, já que seu controverso programa nuclear e as relações internacionais já são estritamente controlados por Khamenei. Mas poderia permitir aos clérigos reforçar seu poder na hora de definir o cenário político antes das eleições presidenciais previstas para 2013.
Cerca de 3.400 candidatos competem nestas eleições, boicotadas pelos principais movimentos da oposição reformista em protesto pela repressão sofrida desde a polêmica reeleição do presidente Mahmud Ahamdinejad, em 2009.
Estas também são as primeiras eleições em nível nacional desde a reeleição de Ahmadinejad, que foi seguida pelos protestos da oposição, que garantia que houve fraude, e de uma sangrenta repressão por parte do regime.
Pressão internacionalO aspecto mais importante da eleição será a participação, que o regime espera que seja elevada em um contexto de pressão internacional crescente sobre o país por seu programa nuclear.
Os principais dirigentes e a imprensa oficial convocaram uma participação em massa, apresentada como uma resposta às ameaças militares israelenses e aos esforços dos ocidentais para estrangular o Irã através de sanções econômicas e financeiras.
Indo votar, a população "dará uma bofetada nas potências hegemônicas" e "mostrará sua determinação de resistir ao inimigo", afirmou o Guia Supremo, o aiatolá Ali Khamenei.
A participação nas legislativas oscila tradicionalmente entre 50% e 70%, e foi de 55,4% nas últimas eleições em 2008, segundo os números oficiais.
Diante da falta de pesquisas confiáveis, várias autoridades previram uma participação superior a 60% nesta sexta-feira.
A campanha oficial ignorou em geral as questões econômicas e sociais, apesar de uma inflação superior a 20% e de um desemprego estimado oficialmente em 12%.
A votação será realizada durante todo o dia nas cerca de 47 mil urnas instaladas no país.
Os resultados serão divulgados em dois ou três dias, segundo o ministério do Interior

Abicalil encerra transição no Mec nesta 6ª e pode virar assessor na Câmara

BRASÍLIA | 02/03/2012 - 12:00

Gabriela Galvão e Patrícia Sanches

O ex-deputado mato-grossense Carlos Abicalil (PT) cumpre, nesta sexta (2), seu último dia de trabalho como secretário de Articulação com os Sistemas de Ensino, no Ministério da Educação. Acontece que, segundo Ságuas Moraes, que comanda a Educação no Estado, termina nesta sexta o processo de transição na pasta. Em 24 de janeiro Aloízio Mercadante tomou posse como novo ministro, em substituição a Fernando Haddad. O futuro de Abicalil, contudo, ainda é uma incógnita.
Nos bastidores, a informação é de que o secretário pode assumir um cargo no gabinete da presidência da Câmara Federal, comandada por Marco Maia (PT). Também foi ventilada a hipótese dele assumir uma função na Casa Civil, com apoio da ministra-chefe da secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Ideli Salvatti (PT). Ságuas, por sua vez, declarou em visita ao RDNews nesta sexta, que ainda não existe uma definição.
Abicalil é o petista do Estado mais bem articulado junto à cúpula do governo federal e conta com aliados de peso em Brasília, principalmente com a ala majoritária do partido que comanda o país com a presidente Dilma Rousseff. Com isso, a possibilidade de retornar para o Estado é refutada pelos membros da legenda, bem como uma eventual candidatura nestas eleições.
Em junho do último ano, Salvatti já pretendia nomeá-lo como seu "braço direito" na pasta, entretanto, reportagem da Revista Veja intitulada de "Ministério dos Aloprados", apontou os dois como envolvidos no esquema de fabricação de dossiês para prejudicar candidaturas tucanas em 2006, o que provavelmente acabou "retardando" a de Abicalil para lá.
O ex-deputado federal conseguiu o cargo na Educação após ser derrotado na disputa eleitoral de 2010, quando concorreu a uma vaga no senado e ficou com a terceira colocação, atrás dos eleitos Blairo Maggi (PR) e Pedro Taques (PDT). O fracasso de Abicalil foi resultado, principalmente, de uma intensa disputa interna no partido com a ex-senadora Serys Marly, o que acabou fragilizando a legenda no Estado

Quase 5 mil casos de dengue são notificados em dois meses em MT

Duas mortes pela doença estão sob investigação em Sinop e Aripuanã.
Dengue tipo 4 foi registrado em Várzea Grande, Cuiabá e Nobres.

Do G1 MT

No período de 1º de janeiro a 1º de março deste ano, um total de 4.763 casos de dengue foram notificados em Mato Grosso. Conforme a Secretaria Estadual de Saúde, duas mortes pela doença estão sob investigação nas cidades de Sinop e Aripuanã.
Conforme o balanço divulgado nesta quinta-feira (1), os municípios prioritários para a realização da pesquisa para avaliar os casos de dengue são Cuiabá, Várzea Grande, Cáceres, Rondonópolis, Sinop, Barra do Garças e Alta Floresta.
A Secretaria de Saúde informou que o monitoramento dos casos é feito por exame laboratorial, que ajuda na identificação dos sorotipos de dengue que circulam no estado. A Ação faz parte da estratégia de monitoramento da doença e também vai permitir saber se o vírus 4 da dengue (DENV4) circula nestes demais pólos de Saúde. Ainda de acordo com a Secretaria, os municípios que apresentaram a circulação do vírus DENV4 foram Várzea Grande, Cuiabá e Nobres.
O Superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde, Oberdan Lira, explica que “todas as vezes em que há 'troca' do vírus predominante, ou um novo vírus, há risco de epidemias porque parte da população não está imune a ele”, contou.
Prevenção
A reprodução do mosquito da dengue pode ser evitada com medidas simples e que auxiliam no combate ao avanço da doença no estado. Entre as ações estão manter as caixas d’água, tonéis e barris, ou outros recipientes que armazenam água, totalmente tampados e limpos lavando-os com escova e sabão semanalmente. Também deve-se remover tudo o que possa impedir a água de correr pelas calhas e não deixar que a água da chuva fique acumulada sobre as lajes.
No caso dos vasos de plantas, as recomendações é que os pratinhos dos vasos devem ser preenchidos com areia até a borda. Se não tiver colocado areia ele deve ser lavado com escova, água e sabão, pelo menos uma vez por semana.

Igrejas evangélicas viram celeiro de profissionais para músicos e bandas

Formados nos templos, profissionais fazem carreira no mercado secular.
Educação gospel abastece bandas de Fábio Junior a Racionais MC's.

Lívia MachadoDo G1, em São Paulo

Aldo Gouveia já flanou por bandas de rap ao melodrama de Fabio Junior  (Foto: Caio Kenji/G1)Aldo Gouveia canta com Fábio Junior e diz que Mano
Brown já foi a cultos atrás de músicos
(Foto: Caio Kenji/G1)
“Esse cara é bom, vem da igreja” é uma expressão comum, usada por músicos como Simoninha, na hora de avaliar alguns dos profissionais que trabalham com eles - no caso da banda do carioca, quatro dos sete músicos se encaixam na descrição. O papel preponderante da música dentro das inúmeras variantes de igrejas evangélicas no Brasil, criou, involuntariamente, um mercado paralelo de capacitação.
“A gente fala brincando, entre os músicos que não são religiosos, que não têm vínculo nenhum. É uma forma de dizer que o cara é disciplinado, maduro e competente. Tem muita gente dessas igrejas no meio musical, um acaba puxando o outro”, explica o filho de Simonal.
Alguns profissioanais, como Robinho Tavares, baixista de sua banda há 12 anos, chegam a atrair uma legião de fãs evangélicos por onde a turnê de Simonal passa. " Já virou piada. Vamos fazer show tem seguidores do Robinho, ele tem fãs no país inteiro."
Cantar é parte importante dos cultos evangélicos. Com a abrangência da oportunidade de integrar a parte musical do louvor, quem se converte muitas vezes acaba descobrindo um talento ou, pelo menos, a possibilidade de aprender a tocar um instrumento e cantar. O esquema é colaborativo, ou “mambembe mesmo, sem regra, ar condicionado, estrutura de sala de aula. É na base da repetição e autodidatismo”, como define o regente Nilton Silva, 37.
Como muitos talentos, ele cresceu no meio religioso. Seu pai, também maestro, logo que passou a frequentar os cultos recebeu a incumbência de tocar trompete. Sabia cantar, mas não tinha a mínima noção do instrumento de sopro. Em dois anos, assumiu o posto de professor e treinava novos recrutas.
“Meu pai é maestro desde que me conheço por gente. Ele aprendeu a reger sozinho e, depois que se converteu, passou a tocar trompete também. Aprendeu na marra, lendo partitura, estudando sozinho. O esquema é: senta aí e vai pegando com os que já sabem.”
Família Jackson
Nilton cresceu participando de corais gospel. Ele e os três irmãos formaram um quarteto na infância e faziam sucesso no cenário religioso. “Minha mãe aprendeu a tocar piano com meu pai e eles ensinaram tudo pra gente. Repetíamos o que eles mandavam, tínhamos uma voz boa, mas não sabíamos direito o que estávamos fazendo.”
Com o gogó afinado e popularidade nas igrejas evangélicas de Campinas, interior de São Paulo, aos 22 anos, ele dava aulas de canto particulares. Tinha seu cartão divulgado nos painéis dos templos e ganhava para ensinar o que sabia a quem estivesse disposto a pagar. Nessa época, resolveu montar um coral profissional. Convidou amigos e conhecidos competentes do meio e fundou o Kadmiel – segundo ele, o único coral do Brasil que não canta só dentro de igreja.
“A maioria dos contratantes não é evangélica, não tem vinculo nenhum. Em março, por exemplo, cantaremos no casamento da modelo Carol Trentini, em Santa Catarina. Ela não é evangélica. Trabalhamos muito bem nesse meio. Cantamos de tudo um pouco.”
A ideia transformou Silva em uma espécie de headhunter de backing vocals. Artistas como Simoninha, Paula Lima, Alexandre Pires, Sandy e Junior já procuraram por ele pedindo indicação ou até mesmo interessados em usar o coral em gravações de programas de TV, CDs e temporada de shows.
“A Paula Lima viu nossa apresentação e ficou encantada. Trocamos cartões e tempos depois ela queria indicação de cantoras para a turnê e gravação de CD. Minha irmã é do Kadmiel e foi backing dela durante um ano.”
Trampolim
Shirley Oliveira durante apresentação no bar The Orleans, em São Paulo (Foto: Caio Kenji/G1)Shirley Oliveira durante apresentação no bar The Orleans, em São Paulo (Foto: Caio Kenji/G1)
Exportar talentos para o mundo secular passou a ser uma rota comum. Shirley Oliveira, 32, está como vocalista da banda do baixista Pixinga durante a temporada de shows que ele faz em um bar na zona oeste da capital paulista. Ela já fez segunda voz para Alexandre Pires, Jair Oliveira, Tânia Mara, Daniel e Jair Rodrigues. Foi para a igreja Universal aos 7 anos, influenciada por uma amiga.
Depois que virou cristã, enfrentou uma “peneira”, realizada pela esposa do pastor, que se encantou com o poderio de sua voz. Teve aula de técnica vocal, cantou em corais e, com o tempo, descobriu a profissão que queria seguir.
“Dos 7 aos 10 comecei abrir voz. Fiz regência com 15. Aos 16, descobri a música black gospel. Na época era VHS ainda, os colegas me davam fitas pra eu escutar. Fiquei apaixonada por esse tipo de música e fui de ouvido mesmo buscando ter aquele estilo, entonação vocal. Não tive estudo, fui pegando conforme era apresentada, ou descobria novas referências.”
Versáteis
O autodidatismo também deu a Aldo Gouveia, 42, um lugar cativo na banda do cantor Fábio Junior, com quem trabalha desde 2003. Antes disso, fez segunda voz em shows dos Racionais MC´s.
Segundo ele, o rapper Mano Brown chegou a frequentar alguns cultos atrás de cantores. “Temos amigos em comum, pessoas do meio. Ele precisou de backing em 96 e eu fiz alguns shows.”

Hoje, Aldo é produtor musical e tem um estúdio próprio no centro de São Paulo. Faz trabalhos para todo tipo de banda, mas considera a educação musical religiosa um atestado de qualidade e, principalmente, desenvoltura.
“Músicos da igreja têm que correr atrás. O acesso existe, mas não é uma formação de alto nível. Quem gosta, tem o sonho, se vira pra se capacitar. Com o tempo, isso foi formando um grupo seleto de profissionais mais versáteis, maduros e uma rede de contatos.”

Na posse de Crivella, Dilma chora e defende política de coalizão

02/03/2012 12h28- Atualizado em 02/03/2012 12h59

Presidente lamentou a saída de Luiz Sérgio do Ministério da Pesca.
'Infelizmente', às vezes é preciso 'prescindir' de algumas pessoas, disse.

Priscilla MendesDo G1, em Brasília

A presidente Dilma Rousseff chorou ao lamentar, nesta sexta-feira (2), durante cerimônia de posse de Marcelo Crivella no Ministério da Pesca, a saída de Luiz Sérgio de sua equipe de ministros. Ela defendeu a existência de alianças e coalizões políticas como "essência para que o Brasil seja administrado" e disse que, "infelizmente", às vezes é preciso "prescindir" de algumas pessoas no governo.
"Luiz Sérgio, você foi e é um amigo e um parceiro que compreende a natureza de um governo de coalizão assim como a dedicação que a política muitas vezes acaba por nos impor em nome dos interesses do país", disse a presidente.
Luiz Sérgio, você foi e é um amigo [...] que compreende a natureza de um governo de coalizão assim como a dedicação que a política muitas vezes acaba por nos impor em nome dos interesses do país."
Dilma Rousseff
Crivella é apontado como uma indicação estratégica para aproximar o governo do setor evangélico. Ex-integrante da bancada evangélica no Congresso, ele assume o único ministério do PRB, seu partido, em substituição a Luiz Sérgio,que, sob Dilma, já havia ocupado a pasta das Relações Institucionais.
"A história recente do Brasil, de afirmação da democracia [...], tem sido marcada pelo exercício do poder por meio de alianças e coalizões politicas. Nisso o meu governo não é diferente. Esse é um país extremamente complexo, múltiplo e democrático. Assim sendo, a constituição de alianças políticas é essência para que o Brasil seja administrado, para que o Brasil seja governado de forma democrática e, ao mesmo tempo, que o governo represente os interesses da nação", disse Dilma.
A presidente ainda disse que Luiz Sérgio tem sua "gratidão", seu "respeito", sua "admiração" e sua "amizade". Eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro, ele volta a ocupar seu cargo na Câmara.
'Minhoca no anzol'Após o anúncio da mudança ministerial, na última quarta-feira, o novo ministro foi criticado por não conhecer o setor que irá comandar. Em seu discurso na cerimônia de posse, Crivella disse que não quer que a presidente fique "triste" por ter um ministro que "não é um especialista e não sabe colocar minhoca num anzol". "Mas colocar minhoca no anzol a gente aprende rápido. Pensar nos outros é que é difícil", disse.
"Acho que, de fato, o senador Crivella tem toda razão. A gente aprende a colocar a minhoca no anzol, o que é difícil de aprender é, de fato, governar para todos os brasileiros e para todas as brasileiras. Esse país, afinal de contas, levou alguns séculos para respeitar todos os cidadãos brasileiros", respondeu a presidente. "Tenho certeza que o Crivella vai acrescentar muito às nossas minhocas colocadas no anzol."
José AlencarA presidente também citou o vice do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, José Alencar, morto no ano passado vítima de um câncer. "O Zé honrou o PRB, do qual foi um dos fundadores, dignificou o governo ao qual ele pertenceu e com quem eu tive a honra de conviver. Engrandeceu a nossa nação, deixou um exemplo de abnegação e de amor tanto à atividade política, mas sobretudo uma homenagem à vida que deve inspirar cada um de nós", disse.
"O PRB de José Alencar e do ministro Crivella não podia ficar fora do meu governo. Na verdade, o PRB está apenas voltando."