terça-feira, 26 de junho de 2012

Ex-chefe do Cenipa defende que FAB pare de investigar acidentes civis

 

Jorge Kersul chefiou órgão que apurou casos de Gol, TAM e Air France.
Investigar acidente aéreo 'não dá ibope e é encargo que ninguém quer', diz.

Tahiane StocheroDo G1, em Brasília
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entrevista brigadeiro jorge kersul filho cenipa (Foto: Arte g1)
O brigadeiro Jorge Kersul Filho, que até 2010 chefiava todas as investigações de acidentes aéreos no Brasil, contou pela primeira vez, em detalhes, o que viu e o que levou em conta durante as tragédias da Gol, da TAM e da Air France que, em um curto período - de 2006 a 2009 - causaram juntas 558 mortes.
Em sua primeira entrevista desde que deixou o comando do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), em abril de 2010, Kersul defendeu, em entrevista exclusiva ao G1, que seja criada uma nova agência para apurar as tragédias aéreas. Desta vez, fora das mãos dos militares.
Veja ao lado trechos da entrevista em que Kersul relembra o que viveu nos acidentes de Gol, TAM e Air France.

“A investigação de acidentes da aviação civil deve sair da Força Aérea Brasileira. Esse é um encargo que ninguém quer, não traz benefício algum, não traz nenhum ibope, não há por que ficar com a FAB. Vamos continuar fazendo bem e de forma independente enquanto estiver conosco a obrigação, doa a quem doer. A FAB deveria cuidar da própria FAB, para que sejamos realmente um país que imponha respeito”, afirmou Kersul, na entrevista concedida em sua casa, em Brasília.
Pela proposta, seria criada uma agência destinada à prevenção e à investigação de acidentes da aviação comercial civil empregando ex-militares que já atuaram no Cenipa e que poderiam, no início, treinar pessoal qualificado para continuar o trabalho. “Eu não acho que os militares devam continuar com essa responsabilidade. Quando eu estava no Cenipa, fizemos uma proposta para criar esse órgão e a tarefa sair do comando da FAB. A ideia foi para o Ministério da Defesa e deve estar lá”, diz o oficial.
Para ele, a diferença hierárquica atrapalha o relacionamento entre os órgãos que atuam hoje no sistema aéreo e é o principal motivo que explicaria a investigação de tragédias da aviação civil deixar de ser atribuição do Cenipa.
“Até a década passada, tudo relacionado à aviação no país estava com o Ministério da Aeronáutica. O Estado brasileiro tirou da gaveta uma agência para a aviação civil, a Anac. A Infraero (empresa que administra os aeroportos) também saiu debaixo da Aeronáutica. Foi criada a Secretaria de Aviação, com status de ministério, enquanto que o Cenipa é um órgão dentro do Comando da FAB que está subordinado ao Ministério da Defesa. Há uma diferença de estrutura que gera um conflito”, aponta.

Histórias
Kersul passou para a reserva em abril, a seu pedido. Deixou a Aeronáutica levando na memória as dificuldades enfrentadas para a retirada da mata dos corpos das 154 vítimas de um Boeing da Gol, que caiu em Mato Grosso em 2006, as buscas pelas caixas-pretas de um Airbus da TAM, que explodiu ao sair da pista em Congonhas (SP), deixando 176 mortos em 2007, e a tarefa de localizar outro Airbus, agora da Air France, que desapareceu no mar em 2009, com 228 pessoas a bordo.
kersul (Foto: Tahiane Stochero/G1)O brigadeiro da FAB Jorge Kersul Filho esteve à frente do Cenipa quando ocorreram as maiores tragédias na aviação brasileira (Foto: Tahiane Stochero/G1)
“Receber a notícia de que houve um acidente de grandes proporções é realmente uma sensação muito desagradável, o pior pesadelo de quem trabalha no Cenipa. Você tem que manter a calma, respirar fundo e raciocinar rápido, fazer o que deve ser feito”, diz ele.

O oficial conta que “é perseguido” por familiares de vítimas do voo Gol 1907, que o acusam do suposto sumiço de pertences na floresta e de ter entregue partes do Legacy para a empresa após perícia. Ele diz que cumpriu a legislação e a devolução ocorreu só três anos após a colisão, porque ninguém queria os equipamentos. "Os dados foram preservados", afirma o brigadeiro.

“Quando ocorre um acidente, quem vai ser punido e criticado é o responsável pelo órgão investigador e o responsável pelo resgate, que passou 50 dias na mata procurando todos os corpos? E eu me pergunto: valeu? No fim das contas, eu ainda diria que valeu à pena (o trabalho)”.
kersul (Foto: Tahiane Stochero/G1)Nas horas vagas, Kersul cuida de uma horta
nos fundos de sua casa (Foto: Tahiane Stochero/G1)
Kersul diz que a decisão de deixar a Aeronáutica ocorreu após uma avaliação da carreira, levando em conta a família e o que já havia feito como militar.

“Fiz um levantamento da minha vida e decidi que deveria procurar outros rumos. Levantei fatores que poderiam contribuir para que eu continuasse ou não (na FAB), como idade, perspectiva de vida, vontades, a aviação, que eu sempre gostei. Completei 40 anos de casa, vejo isso com naturalidade. Não briguei com ninguém e não estou saindo da FAB, apenas deixando o serviço ativo”, explica.
Ocorre um acidente e quem vai ser punido e criticado é o responsável pelo órgão investigador e o responsável pelo resgate, que passou 50 dias na mata procurando os corpos? E eu me pergunto: valeu?”"
Jorge Kersul Filho, ex-chefe do Cenipa
Acusações na tragédia da Gol
Dos três acidentes, o da Gol é o que mais lhe marcou, principalmente porque um familiar acusou a Aeronáutica do sumiço do celular de uma vítima. Segundo Kersul, o parente afirmou a ele que o aparelho chegou às mãos de uma pessoa que conserta celulares, no Rio de Janeiro, dois dias após a tragédia. Pela versão do familiar, o celular teria sido desviado por um militar da Aeronáutica.

“Comandei as buscas pelos corpos na mata até que o último fosse encontrado: o senhor Marcelo Paixão, que estava na poltrona 17C. Já tínhamos retirados todos e só faltava ele. Insistia com o IML que ele devia estar lá, mas ainda não havia sido identificado. Mesmo tendo sido assessorado de que não era obrigação nossa, por ordem minha, até que achássemos o último corpo, passaríamos a recolher objetos que encontrássemos na nossa frente. Mas essa não era nossa obrigação”, relembra.

Dos cerca de 7 mil kg que estavam a bordo, foram retirados da mata 1.650 kg. “A FAB foi lá resgatar corpos. Carga é responsabilidade do operador. Infelizmente, uma parte dos familiares nos cobra isso e não se lembra de que fizemos algo em favor deles. Quem conhece a Amazônia sabe as dificuldades. É difícil você passar o que passou e ver o trabalho jogado no lixo”, diz.
kersul (Foto: Reprodução/TV Senado)Brigadeiro chorou durante a CPI do Apagão Aéreo,
em 2007, após as críticas de que militares haviam
roubado pertences de vítimas (Foto: TV Senado)
Durante a CPI do Apagão Aéreo, em 2007, Kersul chorou ao ser acusado de ter desviado pertences das vítimas. Diz ter pedido à inteligência da FAB para investigar o caso, mas que, como os parentes não passaram informações, a apuração não pôde ser levada adiante.

“Como você pode fazer uma investigação se não tem nenhuma coisa palpável para começar. Hoje eu sou cobrado por não ter aberto nenhum processo administrativo. Ficamos de mãos atadas (na época)”.

Para o brigadeiro, nenhum militar “foi para lá roubar ou pilhar os corpos”. “Defenderei sempre que nenhum de nós teve participação nisso. Ninguém saiu da mata até 10 dias após a queda. É impossível esse celular estar no Rio dois dias depois. Esse celular é um mistério para mim. Será que esse celular embarcou neste avião?”, questiona.
Fatos sem explicação
Na CPI, outro parente perguntou a ele por que faltava um cartão de crédito na carteira de uma vítima. “Eu não soube explicar isso a ela, da mesma forma que eu não consigo explicar como, em uma árvore de 40 metros de altura, tinha só uma calça pendurada com um celular funcionando dentro. Eu também não consigo explicar como dois aviões conseguem se encontrar a 11 mil metros numa aerovia com pouco movimento”, desabafa.

“Se tivéssemos que imaginar uma colisão em voo, nunca seria em cima da Amazônia, em uma a aerovia de tráfego normal, com dois aviões novos, com poucas horas de voo, e muito próximas da perfeição em termos de construção”, acrescenta.
Se tivéssemos que imaginar uma colisão em voo, nunca seria em cima da Amazônia, a 11 mil metros de altura, numa aerovia com pouco movimento"
Kersul
Então, quem errou? A culpa é dos pilotos do Legacy, que desligaram o transponder (localizador) e não evitaram a colisão? “Não existe um ator responsável, nem quem e nem o que errou. Na investigação, trabalhamos com fatores contribuintes. Há uma sequência de eventos que levam ao acidente porque não houve nenhuma barreira forte o suficiente para impedir que esse ela seja interrompida”, diz.

Para Kersul, a tripulação do Legacy não colocou propositadamente o transponder em “stand-by” (posição de aguardo). “Em algum momento o transponder foi para essa posição, colocado propositalmente ou involuntariamente e voltou a operar normalmente imediatamente logo depois da colisão". Ele lembra uma frase da própria tripulação do Legacy ao religar o transponder logo após a choque com o Boeing da Gol: "É exigir demais do transponder que ele funcione se está em posição de espera”.

O brigadeiro afirma que os americanos poderiam ver na tela, em mais de um lugar, que o transponder estava desligado. “E isso não foi observado por eles”.

O oficial também pontua uma falha no controle de tráfego aéreo, que “deixou de observar no radar que havia deixado de receber a informação do transponder” e que poderia ter acionado os pilotos para verificar se havia alguma falha no instrumento.
Acidente deixou 199 mortos em julho de 2007 (Foto: Arquivo/G1)Avião da TAM chocou-se com prédio da empresa
em Congonhas, deixando 199 mortos em julho de
2007 (Foto: Arquivo/G1)
Colisão em Congonhas
O brigadeiro recorda que o Cenipa previu que um acidente poderia ocorrer em Congonhas meses antes da tragédia do TAM JJ 3054.

Após receber vários relatos de aeronaves que quase saíram da pista, ele convocou uma reunião com empresas aéreas e órgãos envolvidos na operação do aeroporto, em Brasília, na semana entre o Natal e o Ano Novo de 2006, após o acidente da Gol.

“Alertamos na reunião que um tínhamos um cenário de que um acidente iria ocorrer em Congonhas e restringimos as operações”, lembra.

A pista passou por reformas, foi liberada, mas continuava escorregadia, com formação de poças de água e risco de derrapagem, conforme relatos de informe de risco realizados por pilotos na época.

“Quando ocorreu o acidente, fomos duplamente frustrados. Acreditávamos que tínhamos conseguido evitar um acidente que tivesse envolvimento da pista, mas mesmo assim o acidente ocorreu após a reforma, sem interferência direta da pista”, diz. “Imagina como isso foi triste para todos nós”.
Quando ocorreu o acidente (da TAM) ficamos duplamente frustrados. Acreditávamos que tínhamos conseguido evitar um acidente em Congonhas"
Kersul
Segundo Kersul, apesar de um dos manetes ter sido mantido na posição de aceleração durante o pouso (como ficou registrado nas caixas-pretas), a pista pode ter contribuído como fator psicológico e também para “o agravamento” do caso.

“Congonhas é um verdadeiro porta-aviões dentro da cidade. Outros acidentes do mesmo tipo não tiveram um final tão trágico porque a aeronave parou na lama ou em um campo. Mas em todas as simulações feitas, se fossem mantidos todos os fatores, aquela aeronave iria sair da pista em qualquer aeroporto”.

Julgamentos
Kersul lembra que, quando o Airbus da Air France desapareceu no Oceano Atlântico, a Aeronáutica iniciou os trabalhos de busca e localização até que o acidente, que deixou 228 mortos em 1º de junho de 2009, fosse confirmado. Apesar de críticas dos familiares de que a atuação brasileira foi coadjuvante no caso, ele afirma que o Brasil cumpriu a legislação internacional que determina que, se a aeronave se acidentou em águas internacionais, “a responsabilidade de investigar o caso cabe ao operador, ao fabricante e ao país da bandeira da aeronave. Nesse caso, todos indicavam a França”.
af 447 (Foto: Marinha/Divulgação)Brasil iniciou buscas por Airbus da Air France que caiu no
Oceano Atlântico em 2009 (Foto: Marinha/Divulgação)
“O Brasil não teve o papel de coadjuvante ou de ator principal, mas teve a participação que lhe cabia, iniciando as apurações no Recife, coletando as informações iniciais para a França. Estamos fazendo o que é nossa parte pela legislação internacional. O responsável por fazer essa investigação é o estado francês”, afirma.

Após todas as tragédias que acompanhou, ele defende que seja regulamentada uma lei nacional para que as informações obtidas pela apuração não sejam usadas nos tribunais com fins criminais ou de responsabilização civil, como a busca por indenizações. Nesta quarta-feira (27), um evento com familiares de vítimas de acidentes aéreos, investigadores do Cenipa, juízes e Ministério Público debaterá em São Paulo um projeto de lei que trata da questão.

"A investigação do Cenipa é para prevenção. Não concordamos que nossos relatórios sejam usados para fins jurídicos. É um problema difícil, que as pessoas não entendem, mas o prejuízo é enorme, pois os envolvidos deixam de colaborar com medo de que, o que nos falam, seja usado contra eles”, diz.

“Ninguém quer que o relatório do Cenipa seja secreto. Só pedimos que ele não seja usado em julgamentos. Nossa investigação é imparcial com o único objetivo de evitar mais acidentes. A investigação da polícia é que tem que achar responsabilidades e culpados e deve ser usada nos tribunais, e não a nossa”, rebate.

Acordo garante venda de energia paraguaia ao Brasil, diz ministro

Lobão diz que não há hipótese de excedente deixar de ser vendido ao país.
Novo diretor paraguaio de Itaipu defendeu redução de venda de energia.

Fábio AmatoDo G1, em Brasília
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O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse nesta terça-feira (26) que “não há hipótese” de o novo governo do Paraguai deixar de vender o excedente de energia produzido pela hidrelétrica de Itaipu ao Brasil.
Atualmente, o Paraguai consome 10% da energia produzida por Itaipu e vende o excedente ao Brasil, que paga cerca de US$ 360 milhões anuais por essa energia
“A venda da energia [excedente de Itaipu] é regida por um tratado e isso não pode ser alterado a não ser pelo parlamento do Brasil e do Paraguai”, disse Lobão ao chegar nesta manhã à sede do ministério, em Brasília.

Nesta segunda (25), o novo governo do Paraguai nomeou Franklin Rafael Boccia Romañach como o novo diretor-geral paraguaio da usina hidrelétrica de Itaipu, no lugar de Efraín Enríquez Gamón, que havia sido indicado pelo ex-presidente Fernando Lugo.
Em seu discurso de posse, o novo diretor da usina compartilhada com o Brasil defendeu a redução da venda de energia elétrica excedente aos brasileiros e o "uso pleno" dessa energia em território paraguaio.
"Não mais a venda de energia elétrica, embora nos traga divisas. Utilização plena de nossa energia no Paraguai, gerando indústria, postos de trabalho; energia elétrica para todos os níveis e todos os setores", afirmou o novo diretor nomeado pelo presidente Federico Franco, que assumiu o cargo na sexta-feira após o poêmico impeachment de Lugo.
Pelo acordo de Itaipu firmado entre Brasil e Paraguai, a energia gerada pela usina é dividida em partes iguais pelos dois países. O acordo prevê que, caso uma das nações não utilize sua parte integralmente, poderá vender o excedente para o parceiro.

Atualmente, o Paraguai consome somente 10% da energia produzida por Itaipu e vende o excedente ao Brasil, que paga cerca de US$ 360 milhões anuais por essa energia.

Portanto, o Paraguai tem direito de usar até metade da energia produzida pela usina. De acordo com Lobão, porém, não há hipótese de o governo do país vizinho deixar de vender ao Brasil o excedente não utilizado ou mesmo optar por negociar com outro cliente.

“Não tem linha de transmissão nem comprador [que não seja o Brasil]”, disse o ministro. “Não há hipótese de se bloquear a energia”, completou Lobão.

PT torce por racha de Mauro e Taques para ganhar médico na vice

Da Redação
O candidato do PT à prefeitura de Cuiabá, Lúdio Cabral, espera por um posicionamento
 do PDT, o qual convidou publicamente, para compor em sua chapa e indicar o nome do vice.
O médico Kamil Fares (PDT), presidente municipal do partido é o nome que deve ser indicado
em uma eventual coligação.
Lúdio Cabral salientou que o convite foi feito somente ao PDT e caso o partido não aceite a
vaga como vice, um nome do próprio PT já está sendo articulado.“O único convite que fizemos
 foi ao PDT e não faremos a nenhum outro partido. Iremos disputar com chapa pura caso os
pedetistas não nos apoiem. Temos um debate interno amadurecido sobre o assunto, e temos um
 nome petista para vice, que será uma novidade no processo”,declarou Lúdio.
Segundo o candidato, o PT está aguardando contato do PDT para qualquer definição. “Já pedi
 a noiva em casamento e a melhor coisa a fazer agora é não pressionar. O PDT tem uma agenda
 própria e eu respeito isso e aguardo até que eles definam se irão conosco”, observou.
As chances de uma coligação com o PDT aumentam devido à crise que se abateu na
aliança Cuiabá de Verdade (PSB/PDT/PV/PPS). O candidato Mauro Mendes (PSB) não ofereceu
o vice ao PDT, com o qual já compunha um bloco político desde as eleições passadas.
O senador Pedro Taques, principal liderança dos pedetistas, não concordou com a atitude de
 Mendes de convidar o PR e o PMDB para comporem como vice. No entanto, Mendes ainda
 espera por uma reconciliação

Politica

Maluf cita ingratidão de Galindo e diz que neutralidade do PTB é traição ao PSDB

















Da Redação/Diário
Vivendo um momento de inatsabilidade política na sua pré-candidatura a prefeito de Cuiabá, o
 deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB) criticou nesta segunda-feira a decisão do PTB que
anunciou ontem que não apoiará nenhum nome majoritária ao palácio Alencastro. Os petebistas
decidiram priorizar a chapa de candidatos a Câmara apesar do prefeito Chico Galindo (PTB)
ter anunciado que apoiará Maluf independemente da decisão do partido.
O parlamentar tucano contava com o apoio oficial dos petebistas com minutos preciosos na
propaganda eleitoral gratuita no rádio e televisão. Maluf afirmou que se sente "traído" com a
decisão dos petebistas.
“O que eles estão fazendo é uma traição com o PSDB. Primeiro deram a palavra que
caminhariam conosco. Depois nós oferecemos o vice a eles. Eu esperava ter o apoio do
 partido”. Maluf critica ainda a atitude do prefeito Chico Galindo, que responde pelo c
omando do diretório estadual da legenda. “O prefeito me prometeu apoio, afinal, ele chegou
 ao poder às custas do PSDB”, afirmou.
A decisão do PTB de não apoiar nenhum candidato a prefeito no primeiro turno da eleição
foi tomada no último domingo (24). Por unanimidade, os membros do partido resolveram
se manter neutros no pleito e emitir posicionamento somente em eventual segundo turno.
A intenção é lançar uma chapa independente de vereadores que pode ainda contar
com a adesão de mais dois ou três partidos, segundo o presidente do diretório municipal da
 sigla, Dilemário Alencar.
Apesar de chateado, Guilherme Maluf afirma que vai continuar mantendo diálogo com
os vereadores e pré-candidatos da sigla para tentar garantir apoio à sua candidatura.
“Tenho amizade com muitos deles e vou procurar conquistá-los”.
Além disso, o tucano manterá conversas com outros partidos. Até o momento, apenas
o PTdoB oficializou apoio a ele. Somados, os tempos das duas legendas garantirá ao
 deputado cerca de três minutos de propaganda eleitoral na TV. “É um apoio muito
importante, pois, além de ter pessoas comprometidas com Cuiabá, o partido conta com
uma chapa forte de vereadores”.
Confrontado com a declaração do tucano, Dilemário Alencar a classificou de “descabida
 e infeliz” e disse que o deputado está sendo injusto com o PTB. “O PTB sempre foi
um partido leal. O prefeito Chico Galindo tem sido extremamente leal com o PSDB,
 tanto que mantém o partido no comando de cargos estratégicos em sua administração.
Ele também sempre defendeu aliança com o PSDB, no entanto, não tem atitude de cacique
, por isso deixou a decisão nas mãos do partido. Prevaleceu a democracia interna”.
Em sua avaliação, a decisão do PTB reflete falta de articulação por parte do parlamentar, que
não teria dialogado com todos os segmentos do partido. “O que se percebe é que ele não
conseguiu agregar a simpatia de alguns segmentos do partido”.
Em relação à proporcional, a legenda ainda não decidiu se lançará chapa pura ou fará coligação.
 Segundo Dilemário, o partido irá procurar outras legendas que não tenham candidato a prefeito
para discutir a possibilidade de caminharem juntas. “No caso de firmarmos aliança com outros
 partidos, trabalharemos para eleger oito vereadores do grupo. Caso lancemos chapa pura,
nossa meta será eleger seis parlamentares”.

Resíduos da construção civil têm destinação irregular (veja flagras)

 

Da Redação - Laura Petraglia
Foto: Laura Petraglia - OD
Resíduo da Construção Civil descartado às margens de córrego
Resíduo da Construção Civil descartado às margens de córrego
Das 200 caçambas cheias de resíduos da construção civil geradas em Cuiabá diariamente, apenas 17 (8,5%) chegam à Usina de Triagem da Capital, local adequado e destinado pela legislação como fim correto para este tipo de material. Segundo o engenheiro Fábio Candia, sócio-proprietário da empresa Eco Ambiental, detentora da concessão do aterro de resíduos da construção em Cuiabá, Mais de 90% são despejados de forma criminosa nas margens de rodovias, beiras de córrego e terrenos baldios.

A pouco mais de 100 metros do aterro e usina de triagem de resíduos da construção civil de Cuiabá, às margens da MT 251, a reportagem  flagrou toneladas deste tipo de entulho descartado em um terreno baldio e na beira de um córrego da rodovia.

A construção civil é reconhecida como uma das mais importantes áreas de desenvolvimento econômico e social, por outro lado, comporta-se ainda como grande geradora de impactos ambientais.

Por lei, as obras, de uma maneira geral, devem apresentar projetos de gerenciamento e destinação dos resíduos da construção civil, mas nem sempre é assim que funciona.

“Muito se fala em meio ambiente, mas os serviços ambientais tem um custo que as pessoas nem sempre estão dispostas a pagar. Muitas obras contratam um caçambeiro para fazer a retirada do entulho, mas não querem saber pra onde e o destino que será dado a esse material”, explica Fábio.

No aterro, assim que as caçambas chegam, os trabalhadores fazem a triagem do material. Os chamados resíduos cinza e vermelho (resíduos de construção, demolição, reformas, reparos de pavimentação, tijolos, pisos), são separados para posteriormente serem processados na usina e reciclados na forma de agregados.

Resíduos como papel, plásticos, papelão, metais e vidros são separados e destinados às empresas que fazem reciclagem deste tipo de material. As madeiras também são processadas e destinadas a empresas que utilizam caldeira, como combustível para queima.

Por enquanto, a usina da Eco Ambiental ainda não está funcionando, porém a previsão é que comece a operar ao final de julho.

Menina que sumiu a 15 dias durante evento em igreja é encontrada

Menina que sumiu a 15 dias durante evento em igreja é encontrada

G1
Foto: Reprodução/Globo
Menina que sumiu a 15 dias durante evento em igreja é encontrada
Um vizinho da menina Brenda Gabriela, que desapareceu durante um evento religioso no Centro de São Paulo, viu o momento em que um homem passava com a garota na Rua Vergueiro, na região da Liberdade, também no Centro, e pediu ajuda à Polícia Militar na tarde de segunda-feira (25). O rapaz tentou agarrar o homem, mas ele abandonou a criança e fugiu. A polícia procura o suspeito.

“Eu a vi, peguei saí correndo atrás. Ele estava do lado, pedindo o lanche. Quando falei que ia chamar a polícia ele saiu correndo”, contou o repositor Alex Ramos de Carvalho.

A menina estava com o cabelo mais curto do que no dia em que desapareceu durante evento da Igreja Pentecostal Deus é Amor. De acordo com a mãe da criança, Geiza Mari Silva, Brenda relatou maus tratos. “Ele deixava a criança debaixo das cobertas o dia inteiro. Ela passava fome e frio. Disse que batia nela, beliscava ela”, disse. Brenda foi levada para o hospital para ser examinada, e deve passar por novos exames médicos e psicológicos nesta terça-feira (26).

O reencontro com a família ocorreu no 5º Distrito Policial, para onde a menina foi levada. A mãe chorou muito ao pegar a filha no colo.

Após sair da delegacia, Brenda foi para casa com a mãe – onde a mulher vive com ela e mais cinco filhos em dois cômodos. Elas foram recebidas pelos vizinhos. Ao entrar, a menina correu para o avô, a quem recebeu com um sorriso, e para seus brinquedos. “Graças a Deus, o meu sonho era esse, trazer a menina para ficar nos braços da mãe dela”, disse Nabor Monteiro, avô de Brenda. A criança também se emocionou ao encontrar um dos irmãos.

Geiza espalhou cartazes pelas ruas da Mooca com a imagem da criança - ela deixou de trabalhar para procurar a menina. No dia 13 de junho, o irmão de Brenda ajudou a elaborar o retrato falado de um homem que teria se aproximado e feito um carinho na cabeça da menina durante o evento.

No templo onde a criança foi vista pela última vez, o registro de desaparecimento foi feito no dia 10 de junho, às 23h. Desde então, a igreja começou uma campanha na internet pedindo ajuda dos fiéis pra encontrar a menina.