terça-feira, 26 de junho de 2012

Acordo garante venda de energia paraguaia ao Brasil, diz ministro

Lobão diz que não há hipótese de excedente deixar de ser vendido ao país.
Novo diretor paraguaio de Itaipu defendeu redução de venda de energia.

Fábio AmatoDo G1, em Brasília
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O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse nesta terça-feira (26) que “não há hipótese” de o novo governo do Paraguai deixar de vender o excedente de energia produzido pela hidrelétrica de Itaipu ao Brasil.
Atualmente, o Paraguai consome 10% da energia produzida por Itaipu e vende o excedente ao Brasil, que paga cerca de US$ 360 milhões anuais por essa energia
“A venda da energia [excedente de Itaipu] é regida por um tratado e isso não pode ser alterado a não ser pelo parlamento do Brasil e do Paraguai”, disse Lobão ao chegar nesta manhã à sede do ministério, em Brasília.

Nesta segunda (25), o novo governo do Paraguai nomeou Franklin Rafael Boccia Romañach como o novo diretor-geral paraguaio da usina hidrelétrica de Itaipu, no lugar de Efraín Enríquez Gamón, que havia sido indicado pelo ex-presidente Fernando Lugo.
Em seu discurso de posse, o novo diretor da usina compartilhada com o Brasil defendeu a redução da venda de energia elétrica excedente aos brasileiros e o "uso pleno" dessa energia em território paraguaio.
"Não mais a venda de energia elétrica, embora nos traga divisas. Utilização plena de nossa energia no Paraguai, gerando indústria, postos de trabalho; energia elétrica para todos os níveis e todos os setores", afirmou o novo diretor nomeado pelo presidente Federico Franco, que assumiu o cargo na sexta-feira após o poêmico impeachment de Lugo.
Pelo acordo de Itaipu firmado entre Brasil e Paraguai, a energia gerada pela usina é dividida em partes iguais pelos dois países. O acordo prevê que, caso uma das nações não utilize sua parte integralmente, poderá vender o excedente para o parceiro.

Atualmente, o Paraguai consome somente 10% da energia produzida por Itaipu e vende o excedente ao Brasil, que paga cerca de US$ 360 milhões anuais por essa energia.

Portanto, o Paraguai tem direito de usar até metade da energia produzida pela usina. De acordo com Lobão, porém, não há hipótese de o governo do país vizinho deixar de vender ao Brasil o excedente não utilizado ou mesmo optar por negociar com outro cliente.

“Não tem linha de transmissão nem comprador [que não seja o Brasil]”, disse o ministro. “Não há hipótese de se bloquear a energia”, completou Lobão.

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