segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

correia do norte

Há quase dois meses que, verdadeiramente, celebro a vida. Uma outra vida. Metade de mim a quem me tenho dado por inteiro. A quem já prometi contar todas as aventuras por que passei nessa península chamada Coreia. E que por acaso carrego agora ao colo, em posição marsupial. Agora mesmo, em pé. A escrever só com uma mão.
E então já sei como podia começar:
Filho, sabes que no ano em que tu nasceste, pouco depois de teres nascido, morreu um homem com um nome engraçado. Kim Jong-il. K-i-m-j-o-n-g-i-l. E sabes que ele também era filho de outro homem com um nome também engraçado. Kim Il-sung. E sabes que havia outro. Kim Jong-un. Este era filho do Kim Jong-il que morreu quando tu nasceste e neto do Kim Il-sung. O Kim Il-sung morreu há mais tempo e era líder de um país onde as pessoas não podiam falar livremente. E as pessoas continuaram sem poder falar no tempo do Kim Jong-il. E toda a gente se perguntava se as pessoas iam, finalmente, falar e pensar livremente, no dia em que Kim Jong-il morreu. E depois, filho, depois sim. Houve uma grande revolta e foi isso que permitiu que tu e eu pudéssemos estar hoje aqui, de mãos dadas, a embarcar para a livre capital da Coreia do Norte, Pyongyang.
Francisco, esta é a história que eu gostava de te contar. Um dia.

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