Ginga vira desafio para estrangeiros que desfilam em escolas de SP
Canadense vai ao Anhembi para realizar sonho de infância.
Alemã desfila há mais de 20 anos na Tom Maior.
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Alemã vai desfilar mais uma vez no Anhembi (Foto: Raul Zito/G1)saiba mais
“É muito difícil sambar. Eu tento até alguns poucos passos, mas é difícil sair sambando por aí”, diz o canadense Dwight Mountney, que chegou de Toronto há uma semana. Ele vai debutar na avenida na Camisa Verde e Branco, escola que abre o desfile do Grupo Especial nesta sexta-feira (17). O convite foi feito pelo amigo brasileiro Luiz Freitas, que trabalha como publicitário em Toronto. Mountney, que está de férias, diz que não programou sua visita ao Brasil pensando no carnaval. Mas, já que aconteceu de chegar justamente nesse período, agora ele quer aproveitar. “Estou muito animado. O carnaval pode ser considerado, para mim, como um sonho de infância”, diz.
Consulesa da Hungria tem participado dosensaios da Rosas de Ouro desde novembro
(Foto: Raul Zito / G1)
Há um ano no Brasil, a húngara teve motivação para desfilar quando soube que escola fará referência ao seu país no enredo “O Reino dos Justus”, que colocará na avenida uma história fictícia repleta de cavaleiros, reis, princesas e castelos, que evocam os símbolos do país.
“Até hoje, eu só vi [o carnaval] na TV. Para mim é uma honra desfilar com a comunidade húngara”, diz. Segundo Eszter, a escola fez “uma pesquisa grande e detalhada” sobre o país europeu. “Nunca esperava ver uma escola retratar a Hungria assim. Tem brasileiro que nem sabe onde fica a Hungria. É uma bela homenagem ao meu país.”
Para ter samba no pé, eu estou treinando para outra encarnação"
Irmtraud Helene Ott
Já a alemã Irmtraud Helene Ott, de 68 anos, 45 deles no Brasil, desfila há mais de 20 anos na Tom Maior, que neste ano tem como enredo “Paz na Terra e aos homens de Boa Vontade”. “Faz 23 ou 24 anos que eu desfilo. Eu nem sei mais.” Ela, que já foi chefe de ala duas vezes, hoje integra a velha guarda da agremiação e conta que o envolvimento com a escola vai muito além da avenida.
“Antigamente eu era mais ativa, mas há seis anos nasceram os meus netos trigêmeos e passei a fazer coisas menores. Já fiz chapéus para a escola. Minha casa ficou parecendo um galpão de escola de samba. Neste ano eu fiz o colar das baianas. Fiz enfeites para 250 chapéus de uma ala”, afirma.
A primeira vez que desfilou junto com o marido, que também é alemão, foi para acompanhar a filha adolescente, que na época tinha 16 anos. “Desde então não paramos mais. Eu e minha filha não faltamos nenhum ano.”
A alegria dos participantes contagiou a família alemã, que já convidou vários parentes e amigos para participar do carnaval. “Eu via durante os ensaios pessoas muito simples, mas no desfile só tinha alegria. E isso é muito bom. A escola é o ambiente mais democrático que existe. Tem o doutor e o faxineiro. Ali todo mundo é igual e todos se empenham para fazer o melhor para a escola”, diz.
Helene leva com bom humor uma certa dificuldade que ela tem para aprender a ginga brasileira. “Para ter samba no pé, eu estou treinando para outra encarnação. Eu estou sempre enganando um pouco”, conta, sem conter o riso.
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