segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Japão e China podem coordenar ajuda do FMI à zona do euro

Japão e China podem coordenar ajuda do FMI à zona do euro

Países trabalharão juntos para atender pedido de financiamento do FMI.
Jun Azumi pediu que países da zona do euro façam esforços adicionais.

Da Reuters
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Japão e China acertaram neste domingo (19) que vão trabalhar em conjunto para atender a qualquer pedido de financiamento do Fundo Monetário Internacional (FMI), que está enfrentando um pedido de mais que o dobro da reserva de caixa para ajudar os países a lidarem com a crise da zona do euro.
O ministro das Finanças do Japão, Jun Azumi, disse que os dois países estão prontos para apoiar o FMI, mas que esforços adicionais por parte dos países da zona do euro serão necessários. Azumi deu essa declaração após se reunir com o vice-primeiro-ministro da China, Wang Qishan, e com o ministro das Finanças desse mesmo país, Xie Xuren.
"O que concluímos é que os países europeus precisam se esforçar mais, embora a situação, incluindo a da Grécia, esteja se encaminhando bem", disse Azumi aos repórteres em Pequim.
"Podemos esperar que o FMI faça algum tipo de pedido para países como Estados Unidos, Japão e China. Acertamos que Japão e China coordenarão os esforços e responderão em conjunto ao pedido do FMI", declarou.
O FMI está buscando angariar US$ 600 bilhões em novos recursos para ajudar a lidar com a crise da zona do euro, mas países fora do bloco dos 17 países da zona do euro querem ver seus membros pagarem parte da dívida antes de enviar recursos adicionais ao FMI.
Azumi disse que eles não discutiram a quantia específica de qualquer auxílio financeiro ao FMI, embora uma autoridade do Ministério das Finanças do Japão tenha dito que Tóquio estaria disposta a alocar uma quantia razoável.
"A ideia é que Japão e China trabalharão em conjunto e não competirão em qualquer ação do FMI", disse a autoridade, acrescentando que os dois países estavam plenamente conscientes da importância deles para ajudar a lidar com a crise.
A China, que tem se mostrado consistentemente relutante em assumir compromissos financeiros rígidos, é vista como um país com poder de fogo financeiro para socorrer alguns governos europeus, devido aos US$ 3,2 trilhões em reservas cambiais disponíveis.
Mais cedo neste mês, o primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, disse que a segunda maior economia do mundo está pensando em aumentar a participação no fundo de resgate europeu e que ainda está estudando como fará isso, incluindo a possibilidade de fazê-lo através do FMI.
Iuan mais flexível
A Xinhua, agência de notícias oficial da China, noticiou que o vice-primeiro-ministro Wang Qishan disse a Azumi que a China e o Japão devem "estudar de forma pró-ativa" um pagamento em moeda local para comércio e investimentos e que deveriam aumentar a parceria financeira entre eles.
A China se tornou o maior destino das exportações japonesas e o principal parceiro comercial do país, assumindo o lugar dos Estados Unidos. O comércio entre os dois países cresceu 14%, atingindo o recorde de US$ 344,91 bilhões em 2011, impulsionados por um aumento nas exportações chinesas para o seu vizinho, de acordo com declarações da Organização de Comércio Exterior do Japão.
Entretanto, a maior parte do comércio entre a segunda e a terceira maiores economias do mundo é atualmente em dólares, devido em grande parte às leis financeiras e à tradição do mercado.
Como parte do esforço de promover trocas diretas entre o iene e o iuan, o que reduziria os riscos de flutuação da moeda e de liquidação, o Japão espera estabelecer um centro de liquidação de iuan offshore, em Tóquio, juntando-se a outros países – incluindo Grã-Bretanha e Cingapura – que estão buscando uma participação nos crescentes negócios offshore do iuan.
Azumi declarou ter dito ao lado chinês: "Se o iene e o iuan tiverem que ser liquidados diretamente, será necessário que haja um iuan mais flexível e internacional".
"Já que a China é um player importante na economia global, espero que leve isso em consideração e que seja mais flexível (com a sua política monetária)", acrescentou.

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