sábado, 3 de março de 2012

Brasil não é 'tribunal do mundo', diz assessor de Dilma sobre pastor do Irã

Youssef Nadarkhani foi condenado à morte por se converter ao cristianismo.
'Não queremos exportar nossos valores', disse Marco Aurélio Garcia.

Priscilla MendesDo G1, em Brasília
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Ao comentar nesta sexta-feira (2) a interferência brasileira no caso de um pastor evangélico condenado à morte no Irã, o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, disse que o Brasil tem que ser "cuidadoso" porque não é "tribunal do mundo".
O pastor iraniano Youssef Nadarkhani foi condenado à pena de morte por enforcamento depois de ter se convertido do islamismo para o cristianismo aos 19 anos.
Garcia espera que o diálogo que o Brasil vem mantendo com o Irã sobre o assunto resulte em mudança de posição por parte daquele país. "O Brasil tem utilizado a negociação como um caminho muito proveitoso queremos continuar fazendo isso de uma forma respeitosa", disse.
O assessor ponderou, contudo, que "temos que ser muito cuidadosos". O Brasil não pretende criar um "modelo" a ser seguido pelo mundo, disse. "Nós não somos tribunal do mundo e não queremos exportar nossos valores. Se as pessoas acharem que os valores da democracia brasileira são importantes, ótimo, mas não vamos criar um paradigma, criar um livrinho e dizer: siga o modelo do Brasil", declarou.
No Senado, a Comissão de Direitos Humanos pretende realizar uma audiência pública para debater os motivos que levaram o Irã a prender Youssef Nadarkhani. A audiência deve ser realizada no dia 20 de março e foi pedida pelo senador Magno Malta (PR-ES), que integra a bancada evangélica no Congresso. A ideia dos senadores é convidar para a audiência o embaixador do Irã no Brasil.
Nesta quarta-feira (29), a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, afirmou que o governo brasileiro entrou em contato com o Irã para saber quais motivos levaram o governo a condenar o pastor à pena de morte. A ministra da Casa Civil afirmou que o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, deve elaborar um relatório detalhado sobre o caso.

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