segunda-feira, 26 de março de 2012

Disputa em Cuiabá deve ficar polarizada entre empresários

 

O quadro à sucessão em Cuiabá começa a se afunilar. A 3 meses das convenções e a 6 da votação nas urnas para escolha de prefeitos e vereadores, arrisco alguns palpites, considerando conjecturas e tendências. Tudo indica que teremos ao menos 3 candidaturas fortes, lideradas por Mauro Mendes (PSB), Dorileo Leal (PMDB) e Guilherme Maluf (PSDB) e com grandes possibilidades de haver segundo turno, a exemplo do que se registrou em 2008. O cenário do momento é de polarização entre os 2 empresários.
Dorileo será mesmo candidato pelo PMDB. Ele avançou nas "costuras" políticas e agora fica feio recuar. Torce pela melhoria da popularidade do governador Silval Barbosa na Capital no embalo das obras da Copa-2014. O empresário quer casar sua imagem com a de Silval, explorando a necessidade de Cuiabá ter um prefeito em sintonia com o Palácio Paiaguás para facilitar novos investimentos.
Dorileo Leal E quais partidos vão estar no palanque peemedebista. Possivelmente o PR, o PC do B, o PSD e até o DEM e o PPS, embora todos conversem com todos nesta fase de muita articulação de bastidores. O PR tenta se firmar com o nome do vereador Francisco Vuolo, apostando em muitas candidaturas para dividir grupos e votos e provocar segundo turno. Mas, no fundo, o nome de Vuolo não passa de balão-de-ensaio. O PC do B, desesperado por cargos, deve seguir orientação do governador e apoiar Dorileo para continuar com espaço na máquina do Estado. O PSD, sob a batuta do deputado José Riva e do vice-governador Chico Daltro, está bem próximo do empresário do PMDB, assim como o DEM dos irmãos Jayme e Júlio Campos e o casal Roberto e Iraci França.
Lúdio Cabral Já o PT caiu fora da base de Dorileo. Está em outra. Vai de candidatura própria, seja com o vereador Lúdio Cabral, seja com a ex-senadora Serys Marly ou até com a ex-vereadora e sanfoneira Enelinda Scala. A decisão sai na prévia de 3 de junho. O nome de Lúdio e o projeto de candidatura própria no petismo foram estratégias dos governistas Ságuas Moraes, Alexandre Cesar e Carlos Abicalil para não caírem no colo de Dorileo.
Esses petistas da corrente majoritária seguem na bronca com o empresário porque, na época da candidatura de Alexandre a prefeito, o Grupo Gazeta, de Dorileo, bateu duro por causa do esquema de caixa 2 e de dívidas milionárias feitas e não honradas pela campanha do petista. Para eles, Alexandre só não derrotou Wilson Santos por causa do estrago causado pelas matérias negativas dos veículos de Dorileo. O trunfo, então, foi instigar o PT a ter candidatura própria, mesmo com nome sem a simpatia do bloco majoritário, tudo para não ter o gosto de subir no palanque do pré-candidato peemedebista.
Mauro Mendes Mauro Mendes caminha forte, embora em um partido pequeno e sem o poder da máquina. Lidera as pesquisas de intenção de voto. Ele conseguiu contornar crise interna no PSB com o deputado Valtenir Pereira e deve atrair o PDT do senador Pedro Taques e siglas que apoiaram-no para governador em 2010, como PV e PPS e até o DEM.
Com histórico de empresário bem sucedido, Mendes está mais habilidoso politicamente, experiente na militância e disposto a conversar com vários partidos e seus líderes, de modo a ampliar o arco de alianças. Ele vem de duas campanhas derrotadas, mas com boa votação, tanto para prefeito da Capital quanto para governador.
Guilherme Maluf Guilherme Maluf (PSDB) até parou de bater no prefeito Chico Galindo porque acredita que este deva apoiá-lo, inclusive com o peso da máquina municipal. Isso deve deixar a campanha mais barata, apesar dos porretes que tendem a levar no ombro por eventualmente se tornar candidato da situação. Ex-vereador, ex-secretário de Saúde e deputado estadual de segundo mandato, Maluf acredita na hipótese de ser espécie de fiel da balança numa campanha que tende a ficar polarizada entre Dorileo e Mendes. Outros possíveis candidatos vão entrar apenas para marcar posição, como Marcos Magno, do Psol. São conjecturas do momento, mas, como em política a coisa muda como nuvem, a definição de candidaturas e alianças só sairão mesmo nas convenções de junho.

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