segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Associação acompanhará triagem de entulho de desabamentos, diz TJ-RJ

30/01/2012 18h16- Atualizado em 30/01/2012 18h39

Associação acompanhará triagem de entulho de desabamentos, diz TJ-RJ

Associação das Vítimas da Treze de Maio vai acompanhar os trabalhos.
Grupo entrou com ação após dificuldades para resgatar pertences.

Tássia ThumDo G1 RJ
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Com a Rua Treze de Maio já aberta aos pedestres, muita gente tirou foto da área do desastre (Foto: Thamine Leta/G1)Com a Rua Treze de Maio já aberta aos pedestres,
muita gente tirou foto da área do desastre
(Foto: Thamine Leta/G1)
O Tribunal de Justiça do Rio determinou que a Associação das Vítimas da Treze de Maio acompanhe os trabalhos de triagem do entulho recolhido dos três prédios que desabaram no Centro do Rio na noite de quarta-feira (25). A decisão foi divulgada pelo TJ-RJ nesta segunda-feira (30) e foi concedida pela juíza Angélica dos Santos Costa, do Plantão Judiciário, na madrugada de domingo (29).
A decisão da Justiça ocorreu após a ação cautelar proposta pelos advogados que fundaram a associação das vítimas da tragédia ocorrida na Avenida Treze de Maio.
O grupo mantinha um escritório no 13ª andar de um dos edifícios que desabou. Uma das representantes da associação, Simone Argolo, explicou que ingressou com o pedido na Justiça porque as vítimas e os parentes estavam com dificuldades em obter informações sobre o destino dos bens encontrados nos escombros do desabamento.
“As pessoas procuram as autoridades e elas não sabem responder o que está sendo feito com os objetos encontrados nos escombros dos prédios. Em uma conversa informal com os catadores do lixão de Gramacho, na Baixada Fluminense, ficamos sabendo que muitos caminhões despejaram os entulhos, sem que pudéssemos olhar o que tinha sido encontrado”, ressaltou Simone Argolo.
Contato com associação
Os representantes da Associação das Vítimas da Treze de Maio pretendem fazer uma visita ao depósito na manhã de terça-feira (31). De acordo com os membros da entidade, as vítimas serão avisadas sempre que forem encontrados nos entulhos documentos ou objetos de valor, como HD e cofres. Em caso de dúvidas ou para mais informações sobre o material encontrado, a associação colocou à disposição o telefone (21) 8031-9212.
De acordo com a Prefeitura do Rio e o Corpo de Bombeiros, todo o material recolhido nos entulhos são encaminhados a um depósito da Comlurb, localizado no km 0, da Rodovia Washington Luis.
Crea-RJ recebe 140 denúncias
O engenheiro Luiz Antonio Cosenza, presidente do Conselho de Análises e Prevenção de Acidentes do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ), disse nesta segunda-feira (29) que a entidade recebeu 140 denúncias sobre obras supostamente irregulares em edifícios nos dias após os desabamentos dos três prédios que ruíram na Rua Treze de Maio, no Centro, na noite de quarta-feira (25).
“Todas serão avaliadas por técnicos do Crea”, garantiu Consenza.
O engenheiro explicou que obras de reforma dentro de casas, prédios e salas comerciais não precisam de autorização da prefeitura, mas que se forem alterar a estrutura do prédio, é preciso que um engenheiro ateste que a mudança não é prejudicial à construção. Esse engenheiro fica responsável por tudo o que acontecer em relação à obra, disse Cosenza.
“Para o Crea-RJ, mexeu em parede, tem que ter um engenheiro para autorizar e assumir as responsabilidades”, disse ele, informando ainda que as obras no Edifício Liberdade, o maior e primeiro a cair sobre os outros dois menores, não tinham responsável técnico.
Por isso, ele aconselha que os síndicos de prédios em que haja obras ou reformas se informem sobre o que está sendo feito e exijam um documento com o nome do responsável técnico e comunique ao Crea-RJ. “Essas informações ou denúncias sobre obras podem ser feitas pelo telefone (21) 2179-2000”, informou o engenheiro.
Ele disse que o Crea-RJ vai ouvir no máximo até a próxima semana o engenheiro Paulo Sérgio da Cunha Brasil, que teria emitido um laudo a respeito de uma sobrecarga de peso na laje durante a obra em um dos prédios que desabaram.
No local do desabamento, no fundos do Theatro Municipal, quase todo o escombro já foi retirado. (Foto: Bernardo Tabak/G1)Prédio ao lado do Edificio Liberdade ficou de pé
(Foto: Bernardo Tabak/G1)
“A última obra no prédio que teve engenheiro responsável foi em 2008”, disse ele.
Rapidez na retirada dos escombros
O engenheiro Luiz Antonio Cosenza acompanhou a retirada dos escombros dos prédios que desabaram e, na sua opinião, a remoção “tinha que ser rápida como foi”.
“Não só pela possibilidade de poder haver algum sobrevivente, como também para que se possa avaliar as condições do prédio vizinho ao Edifício Liberdade”, disse ele.
Síndico pediu informações
Entre várias hipóteses e informações contraditórias, a suspeita de que uma obra provocou o desabamento de um dos três prédios da Avenida Treze de Maio, no Centro, está entre as principais linhas de investigação da polícia. O síndico diz que pediu informações sobre as obras. No domingo (29), o Fantástico mostrou com exclusividade os documentos.
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