sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Cúpula nacional do PDT e PT pode barrar apoio a Mendes em Cuiabá


RUMO A 2012 | 05/01/2012 - 08:10

Cúpula nacional do PDT e PT pode barrar apoio a Mendes em Cuiabá

Romilson Dourado

Mauro Mendes O empresário Mauro Mendes (PSB), hoje um dos favoritos nesta fase de pré-campanha à Prefeitura de Cuiabá, tem como certo o apoio do PPS e do PV e precisa de novos aliados para não só reforçar o palanque, como garantir um bom espaço no horário eleitoral. Já quanto a uma composição com o PDT e com o PT, por exemplo, não será tarefa fácil, apesar de ter respaldo nesse sentido de lideranças de dentro dessas legendas, como dos pedetistas, senador Pedro Taques e do presidente regional e deputado Zeca Viana, assim como de uma ala do petismo. Por se tratar da disputa numa capital, as "costuras" locais precisam receber aval da direção nacional.
Mendes corre risco de não ter simpatia da presidente da República Dilma Rousseff, que carrega receio político do passado em relação ao empresário. Na sucessão de 2010, o então candidato a governador demorou para sair do muro e declarar apoio à petista. Fez isso somente quando Dilma passou a se despontar nas pesquisas de intenção de voto. Na disputa presidencial no segundo turno, Mendes, já derrotado, chegou a declarar, em tom de ironia, que iria dar para Dilma o mesmo tratamento que havia recebido dela no primeiro turno.
Além dessa possível resistência do Palácio do Planalto em apoiar Mendes, há outras questões internas no PT que podem dificultar aliança com o socialista. Há três correntes no petismo quanto à sucessão ao Palácio Alencastro. O vereador Lúdio Cabral não desiste da pré-candidatura a prefeito. Embora conte com minoria, ele pode receber apoio ou do grupo da ex-senadora Serys Marly ou do bloco capitaneado pelo secretário de Estado de Educação Ságuas Moraes, pelo presidente da legenda William Sampaio e pelos ex-deputados Alexandre Cesar e Carlos Abicalil.
Serys até se mostra simpática à ideia de fechar composição com Mendes, mas entende que o PT precisa ter projeto próprio. Apesar dos rumores de que o grupo de Ságuas poderia levar o PT para os braços de Dorileo Leal (PMDB), sob influência do governo Silval Barbosa, há resistência da mesma corrente por causa de brigas no passado entre o empresário e a ala petista. No fundo, a tendência é do PT definir por projeto próprio, o que seria menos um aliado de Mendes.
Quanto ao PDT, Taques tem cobrado que Mendes saia logo do muro e se defina por candidatura a prefeito ou pelo projeto ao governo do Estado. A estratégia do senador é de apoiar o empresário neste ano para, em retribuição, ter o PSB no seu palanque numa eventual corrida ao Palácio Paiaguás em 2014. Como Taques comprou briga com o ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi, dirigente do PDT no país, não teria respaldo da executiva nacional, em caso de racha do partido em Cuiabá sobre quem aderir para as eleições municipais. Há pedetistas, como o vereador Adevair Cabral, que puxam o partido para eventual apoio à reeleição do prefeito Chico Galindo (PTB). Se depender de Lupi, o PDT fechará com Galindo só para contrariar Taques.

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