sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Polícia investiga mineradora de MT após identificar dinamites apreendidas

Polícia investiga mineradora de MT após identificar dinamites apreendidas

Explosivos foram roubados e polícia apura se funcionários forneceram.
Exército monitora empresas especializadas nas vendas.

Do G1 MT
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Dinamites teriam poder para explodir até 300 caixas eletrônicos (Foto: Divulgação / Polícia Civil)Polícia apreende 98 dinamites que poderiam explodir até 300 caixas eletrônicos (Foto: Divulgação / Polícia Civil)
O 44° Batalhão do Exército de Mato Grosso confirmou que as 98 dinamites encontradas em uma fazenda localizada na região de Nobres, distante 151 km de Cuiabá, pelo Grupo de Combate ao Crime Organizado (GCCO), era de uma mineradora que foi arrombada e, na ocasião, os ladrões conseguiram levar 800 dinamites. A empresa está localizada em São José do Rio Claro, a 235 km da capital, e o crime ocorreu no último ano.
De acordo com a delegada Ana Cristina Feldner, responsável pela investigação, a polícia também vai apurar se há envolvimento de funcionários da mineradora no fornecimento dos explosivos para quadrilhas que assaltam bancos em Mato Grosso e em outros estados.
Ela ressalta que está ocorrendo uma “migração” das quadrilhas para esse tipo de crime, onde envolve explosivos. Isso, segundo a delegada, pelo fato dos assaltos com o uso de dinamites serem mais rápidos e eficientes. Conforme os dados divulgados pela polícia, somente no ano passado foram 106 ataques a caixas eletrônicos ao passo que em 2012 já foram registrados 15.
Recentemente uma adolescente foi detida dentro de um ônibus com 30 bananas de dinamites e três conectores de explosivos, no Trevo do Lagarto, em Várzea Grande, região metropolitana da capital. “Naquela ocasião, onde a adolescente transportava as 30 dinamites, ela poderia ter explodido o ônibus inteiro, semelhante a um ato terrorista”, alertou a delegada.
A delegada disse ainda que várias quadrilhas estão praticando esse tipo de crime, usando adolescentes para transportar os explosivos e posteriormente usá-los para cometer assaltos. “O maior risco está na hora em que as quadrilhas usam os adolescentes para transportar esses explosivos. Apenas uma trepidação do veículo já é suficiente para detonar os explosivos”, lembrou a delegada que atua no Grupo de Combate ao Crime Organizado (GCCO).
Desde dezembro do ano passado, o Exército vem monitorando as empresas especializadas na venda de dinamites. Em janeiro deste ano a instituição resolveu fiscalizar in loco as empresas e identificar supostas irregularidades. Após a fiscalização, o Exército Brasileiro elaborou um plano de segurança para essas empresas.
De acordo com tenente coronel Mario Anselmo Marszalel, o Batalhão do Exército tem a responsabilidade de fiscalizar 63 municípios de Mato Grosso. Dentre os municípios, conforme o coronel, 32 empresas usam o material explosivo e 16 são prestadoras de serviço, que também utilizam dinamites. No entanto, o Exército não divulgou as empresas que não se enquadram nos padrões de segurança.
Mas advertiu que as empresas que não seguem a legislação, correm o risco de ter o serviço interrompido. “Temos sugerido que essas empresas adotem o sistema de segurança eletrônico que é mais eficiente e satisfatório”, afirmou o coronel.
Crime
Na ação que ocorreu no ano passado, os assaltantes levaram 800 dinamites. Dois homens rederam um vigia e, posteriormente, mais dois suspeitos foram ao local com dois caminhões e recolheram o material. A Polícia Civil conseguiu recuperar apenas 98 explosivos e, de acordo com a polícia, as dinamites não apreendidas estão na clandestinidade e podem ser usadas em novos assaltos, além de arrombamentos de caixas eletrônicos.

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