sábado, 16 de junho de 2012

Ávido pelo poder, Totó Parente pressiona o PMDB pela vice de Mendes

Edilson Almeida | Redação 24 Horas News



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Foto: Reprodução

Totó Parente, ou José Antônio da Silva Parente, ex-vereador de Cuiabá – cargo máximo que assumiu pela via eleitoral - é um caso típico de patologia política. Afastado de Cuiabá desde 2004, após sofrer uma fragorosa derrota eleitoral, Parente retorna ao cenário político, desejoso pela candidatura a vice de Mauro Mendes, do PSB. Em Cuiabá, Totó e todos os carteiros e guardas noturnos sabem que Mendes vai disputar a sucessão de Silval Barbosa em 2014 – razão da discórdia tática do empresário do ramo industrial com o senador Pedro Taques, do PDT. Com isso, chegar a condição de prefeito.
Apesar de bem articulado e com o apoio de Carlos Bezerra, deputado federal e presidente do Diretório Regional desde que o PMDB e PMDB, Parente enfrenta fortes resistências. Questão de perfil . A “sacolejada” nas urnas em 2004 mostrou que o ativista do PMDB não passa a imagem do Executivo padrão. Especialmente para ser o prefeito de uma cidade da Copa. “O problema é que ele está pressionando e tem o apoio de Bezerra” – contou uma fonte.
Para que não se lembra, Totó se lançou numa corrida para ser prefeito da cidade, mas conquistou apenas 12 mil votos numa eleição em que primeiro colocado, Wilson Santos, do PSDB, naquele turno, teve 99 mil. Como ser político de essência, foi procurar abrigo para seguir sua carreira política fora de Mato Grosso: foi assessorar o senador Lindeberg Farias, valendo-se de sua experiência de ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Em Brasília, Totó reafirmou seus contatos políticos. Bem articulado com lideranças do PT com quem militou no movimento estudantil, e um dos condutores das articulações políticas do PMDB, graças a simpatia de Carlos Bezerra, deputado federal e presidente do Diretório Regional do partido no Estado há dezenas de anos, Parente chegou ao cargo de secretário de Desenvolvimento do Centro-Oeste, pasta do Governo Federal ligada ao Ministério da Integração Nacional.
Posteriormente, Parente se lançou para assumir a subchefia de Assuntos Parlamentares da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência da República. Foi nomeado para o cargo pela presidente Dilma Rousseff. Ele foi indicado pelo ministro Alexandre Padilha, que é do PMDB.
Nos bastidores, Parente foi avisado que o PMDB dificilmente conseguiria ir adiante no projeto da Prefeitura de Cuiabá com a candidatura própria do empresário João Dorileo Leal, dono do Grupo Gazeta de Comunicação. Abalou-se de Brasília para a Capital e ajudou a tramar os movimentos que levaram o empresário de comunicação a “jogar a toalha”. Totó nega, claro! Evidente. Mas as impressões digitais reveladas por Leal ao anunciar sua desistência eram evidente. Muito antes, o principal apoio político de Parente, o deputado Bezerra, já negociava um acordo com Mauro Mendes, do PSB, para firmar uma aliança eleitoral. O próprio Mendes procurou Dorileo para chegar a um acordo, sem êxito.
"Não vou entrar na política pela porta dos fundos” – respondeu Dorileo ao convite de Mendes para que dividissem o mandato, como fez Wilson Santos e Chico Galindo.
Totó agiu com rapidez: praticamente fechou o Diretório Muncipal em seu apoio. No trabalho “forminguinha”, tem conversado com vários membros do partido e colocado sua disposição de “ficar” com os dois anos como prefeito.
Mais que pressionar o PMDB, Parente também pressiona Mauro Mendes. Por onde o empresário tem andado, encontra na sua sombra o político. “Ele está no encalço. Sabe que não pode dar sossego” – disse a fonte. Mendes, no entanto, evita se aprofundar no tema. “O PMDB tem o Totó Parente, que sem dúvida é um grande nome. Mas a escolha do vice não é exclusiva do meu partido, vamos juntos entrar em um acordo sobre isso e elaborar nosso programa de Governo” - pontuou, recentemente.

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