Valérya Próspero
Rodinei Crescêncio
Prefeito Walace Guimarães, do PMDB
O prefeito de Várzea Grande Walace Guimarães (PMDB) admitiu a possibilidade de fazer a concessão do DAE (Departamento de Água e Esgoto) à iniciativa privada. Conforme o peemedebista, o município ainda tenta recuperar os recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) liberados pelo governo Federal para investimentos em saneamento básico que foram perdidos durante a gestão do ex-prefeito Tião da Zaeli (PSD). Caso o pleito já encaminhando ao Ministério das Cidades não seja atendido, umas das possíveis saídas é a privatização dos serviços de saneamento básico e abastecimento de água. “A medida não está descartada, mas será adotada somente após consulta à sociedade. Se eu não conseguir os recursos perdidos será muito difícil prestar o serviço. Técnicamente já foi perdido, estamos fazendo gestão política, com ajuda de deputados e senadores para tentar recuperar”, garante.
Conforme Walace, Tião da Zaeli não entregou ao Ministério das Cidades a documentação necessária para liberação dos recursos do PAC. O prazo encerrou em 31 de dezembro de 2012 e Várzea Grande acabou perdendo R$ 31 milhões.
Walace ainda criticou Tião da Zaeli por não ter “corrido atrás” das licenças ambientais nem garantir o fornecimento de energia pela rede Cemat, dentre outros processos imprescindíveis para liberação da verba do PAC. “Precisava estar com 20% da obra em andamento até 31 de dezembro e não tinha nada”, lamenta.
O secretário de Governo Ismael Alves afirma que a possível concessão do DAE depende de estudo sobre situação da autarquia. Com a demora prevista para a conclusão do processo, ele admite que Várzea Grande ainda deve sofrer por um bom tempo com a deficiência do saneamento. “Não se resolve saneamento da noite para o dia. Não pode acontecer o que ocorreu com a CAB Ambiental em Cuiabá. Foi precipitado, sem estudo e desagradou a população. Não vamos trabalhar assim”, prometeu.
No começo de 2012, o ex-prefeito Tião da Zaeli tentou viabilizar a concessão do DAE, mas teve que recuar e retirou a proposta da Câmara. Ele havia recuperado R$ 70 milhões referentes ao PAC. Os recursos estavam bloqueados desde agosto de 2009, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Pacenas. Como não adotou as devidas providências, parte da verba continua “empacada”. Conforme levantamento feito pelo próprio DAE, hoje seriam necessários R$ 280 milhões para resolver o problema de saneamento básico de Várzea Grande.
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