sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Crime altera rotina dos moradores da zona Sul de Joinville

Casal de idosos foi morto a facadas em casa no bairro Paranaguamirim

Caroline Stinghen e Marcus Carvalheiro
O cheiro de comida caseira, comum todos os dias na casa de dona Maria José, conhecida como Zeza, não ultrapassou as janelas da casa da família Oliveira na manhã de quinta-feira.

O dia, que já iniciara cinzento e chuvoso, marcará de forma triste e violenta a vida dos parentes e amigos de Maria José Vieira de Oliveira, de 69 anos, e de Miguel de Sousa Oliveira, de 67, encontrados mortos em uma cena de horror.

Uma das filhas do casal, Rosilei Vieira Oliveira, de 34 anos, também foi agredida, mas sobreviveu e foi internada no Hospital São José. Até quinta à noite, seu estado era grave. Maria José foi encontrada sem vida no quarto, junto da filha que estava consciente. Miguel estava no corredor, quase nas escadas da casa, que fica no segundo andar.

Jonathan Rosa, de 22 anos, e Jackson Lopes, de 25, netos do casal, foram os primeiros a entrarem no local do crime, que parou o bairro Paranaguamirim na tarde de quinta.

Desconsolados, os netos acompanharam todos os procedimentos da polícias Militar e Civil e dos peritos, que ainda não identificaram o autor, ou autores, do crime, que segue sob investigações. A primeira hipótese é de latrocínio (matar para roubar).

Queridos pelos vizinhos, os idosos possuíam o hábito de acordar cedo, cumprimentar os amigos e almoçar em casa. Mabel Balmant do Espírito Santo, 50 anos, vizinha do casal, conta que achou estranho os amigos não abrirem a casa, como de costume.

— Era exatamente 3 horas da manhã, quando ouvi uma briga na casa, que durou cerca de 20 minutos. Eu estranhei, mas era comum a família brigar —, relata a vizinha.

As suspeitas da polícia é que o duplo homicídio tenha ocorrido durante a madrugada, no momento em que a vizinha ouviu a briga. Os netos do casal só encontraram as vítimas por volta das 15 horas, depois de tentarem ligar várias vezes para os avós, sem sucesso nos contatos.

Maria José e Miguel de Sousa eram casados há mais de 40 anos e deixam três filhas, Rosilei, Rosilene e Rosilda. Jonathan é filho de Rosilene. Jackson, de Rosilda. Durante a perícia, os netos assumiram o compromisso de falar com a imprensa.

As lágrimas se transformaram em uma marca presente no rosto de cada parente ou amigo que se aproximava da casa. Enquanto conversava com as pessoas que chegavam, Jonathan se demonstrava indignado com o ocorrido. “Horrível” era uma das palavras mais repetidas por ele e o primo. Os dois eram frequentemente amparados pelos companheiros.

— Por quê? Não entendo. Todo mundo aqui gostava deles —, disse Jonathan, antes de sentar novamente no chão, para tentar conter o choro. No lado de fora, vizinhos, curiosos, e oficiais cercavam a casa.

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