quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Eder eleva tom contra Daltro e vaticina panfleto apócrifo contra ele

 

Da Redação - Jonas da Silva
Foto: Reprodução/OD
Eder Moraes afirma que vice-governador é antidemocrático ao propor ação criminal contra ele
Eder Moraes afirma que vice-governador é antidemocrático ao propor ação criminal contra ele
Ao elevar o tom no seu enfrentamento contra o vice-governador Chico Daltro (PSD), o ex-secretário estadual Eder Moraes (Fazenda e Secopa) garante ter obtido informação de que o marketing da campanha de Carlos Brito (PSD) esteve no Palácio Paiaguás, nesta quarta-feira, para programar "panfleto apócrifo" contra ele por acusações de desvio de verba no governo.

A resposta teria sido provocado por uma ação criminal por calúnia e difamação ajuizada pelo vice-governador contra Moraes Dias, nesta semana, pelo fato de ex-secretário ter cobrado, na semana passada, o vice-governador sobre a explicação de quem teria nomeado o ex-assessor e lobista, Rowles Magalhães Pereira da Silva, para um cargo de confirança na Vice-governadoria. Rowles foi exonerado semana passada após vazamento de denúncia, feita pelo ex-assessor, de fraude e cobrança de propina de R$ 80 milhões na licitação do VLT.

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"Eu acabei de receber informação que hoje o marketing da campanha do Brito, o senhor Brasa, esteve dentro da Vice-governadoria. Eles estão querendo fazer panfleto apócrifo contra mim, com minha mão fazendo o 'ele' (L), dizendo que é Land Rover", rebate.

A letra ele (L) é símbolo da campanha do candidato a prefeito em Cuiabá Lúdio Cabral (PT), que Eder passou a apoiar nas últimas semanas e para onde levou uma série de apoiadores, inclusive aliados que antes apoiavam o PSD em Cuiabá.

A denúncia de um panfleto anônimo a que o ex-secretário se refere é o questionamento na Justiça da compra de 10 veículos e equipamentos para fiscalizar a fronteira boliviana, desvio de verba pública conhecido na imprensa como Caso Land Rover, onde o Ministério Público Estadual solicita indenização dele e de outros envolvidos em R$ 2 milhões no contrato.

A denúncia e desvio ocorreu quando Eder era secretário da agência estadual da copa (Agecopa), extinta, e que foi substituída pe Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo 2014 (Secopa) do governo estadual.

Perguntado sobre as denúncias contra ele sobre o caso e qual sua posição, o ex-secretário afirma que o processo está subjúdice. Eder afirma que não houve erro na contratação dos veículos. O processo sobre o Caso Land Rover está com o juiz Aparecido Bertolucci Júnior, da Vara Especializada de Ação Civil Pública e Popular. A ação do MP pede indisponibilidade de bens de Eder e outros acusados, como ex-diretores da agência antes presidida por ex-secretário.

"O caso está sob avaliação da Justiça. A empresa contratada para fornecer não descumpriu nada. Houve foi cancelamento do contrato pelo governo. Se tiver prejuízo, não é pela aquisição, é a atitude equivodada de cancelar, que gera direitos de lucros cessantes, multas contratuais", explica.

Críticas

Ao ser perguntado sobre o tom público de ataques dele contra o vice-governador, Eder não se intimida e não se incomoda sobre os desdobramentos. "Vai parar nos tribunais. Ou os dois presos", calcula.

Ainda ao rebater a atitude do vice-governador em processá-lo por calúnia e difamação, o ex-secretário reforça que não tem medo de nada e que tudo que disse sobre a nomeação e exoneração do ex-assessor Rowles pode ser repetido na Justiça.

"O vice-governador Chico Daltro dá demonstração clara e inequívoca de que é antidemocrático e, acima de tudo, quer calar a liberdade de expressão que todo cidadão tem. Minha voz ele não vai calar. Não tenho receio, de ir em juízo e reafirmar tudo que disse", eleva o tom.

"Chico Daltro tem que saber que Cuiabá e Mato Grosso não é mais currral de coronéis, ele está tentando calar voz de 250 entidades representatadas de classe e empresarial", cita sobre apoio que tem levado para a candidatura Lúdio.

"O que ele tem dito é para salvar a pele dele (Daltro). Foi combinado com o partido dele para desvio de foco sobre a contratação do Rowles".

Carlos Brito
Eder também alerta Chico Daltro de que o processo do Land Rover teve envolvimento do candidato a prefeito em Cuiabá do vice-governador em Cuiabá, Carlos Brito, ex-diretor da Agecopa, quando Eder Moraes era presidente.

"É importantíssimo lembrar a Chico Daltro e ao seu partido, que quem inicou o processo de contratação dos conjuntos de monitoramento foi o candidato dele, Carlos Brito, está todo documentado no processo", relembra.

No palavrório de críticas dirigidas ao vice-governador, Eder Moraes ainda informa que ele não tem condições suficientes para administrar o Estado. "Acho que é demonstração de despreparo, desespero, antidmocrático para lidar como a democracia e o governo", afirma. "Acima de tudo, é demonstração inequívoca de prepotência e arrogância".

A reportagem do Olhar Direto ligou nesta quarta-feira nos dois números de telefones celular do vice-governador e para a assessoria do governo. Entretanto, não obteve êxito no contato. Na segunda-feira, o vice-governador se esquivou nos corredores do Palácio Paiaguás de falar com a reportagem sobre acusações de Rowles, Eder e outros temas sobre gestão do governo solicitado.

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