terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

CASO LEOPODINO

  • Justiça demora e ex-escrevente se livra de condenação


  • Beatriz Árias se livra da acusação do crime de lavagem de dinheiro, juntamente com advogado



  • MidiaNews/Reprodução

    A ex-escrevente Beatriz Arias (detalhe) sempre esteve no centro do caso da morte do juiz Leopoldino

    DA REDAÇÃO

    A ex-escrivã do Fórum de Cuiabá, Beatriz Árias, conseguiu se livrar da acusação do crime de lavagem de dinheiro, fato que ocorreu em 1999 e que teria motivado o assassinato do juiz Leopoldino Marques do Amoral, em setembro daquele ano.

    A sentença que extinguiu o processo foi proferida pelo desembargador federal Mário César Ribeiro, do Tribunal Regional Federal.

    O processo que o Ministério Público Federal movia conta a ex-escrevente e o advogado Sammir Hammoud perdeu a validade, no começo desta semana.

    Os dois chegaram a ser condenados a dois anos de prisão pelo crime, mas o MPF recorreu. Como o TRF demorou para julgar a apelação, o crime acabou extinto.

    Beatriz exigiu a restituição do dinheiro – R$ 30.500,00 - que foi depositado da conta de Leopoldino, mas o desembargador entendeu que ela não conseguiu provar que o dinheiro lhe pertencia.

    Conforme o processo, o depósito ocorreu no dia 21 de outubro de 1999. O irmão e um tio de Beatriz foram detidos, juntamente com o advohado Samir Hammoud, na Avenida Internacional, na divisa da cidade de Ponta Porã (MS) com Pedro Juan Caballero, no Paraguai, portando a quantia de GR$ 41.900.000,00 (quarenta e um milhões e novecentos mil guaranis), que haviam sido sacados no Banco Nacional de Fomento.

    Conforme as investigações, o dinheiro foi sacado da conta de Beatriz, por conta de um depósito feito numa agência do Banco do Brasil, em Brasília, pelo juiz Leopoldino, no dia 26 de julho de 1999, no valor de R$ 30.500, conforme comprovante do depósito, constante do processo.

    “Daí, apurou-se que a denunciada Beatriz sacou o dinheiro depositado em seu nome, na agência do Banco do Brasil em Ponta Porã/MS, e o depositou em outra conta sua, no Banco Nacional de Fomento, usando o seu nome paraguaio – Perla Beatriz Vichini Peralta", diz denúncia do MPF.

    Em outro trecho, o MPF cita que, posteriormente, com o desenrolar do Caso Leopoldino e a prisão de Beatriz, o advogado Samir Hammoud, para receber seus honorários advocatícios, pressionou os outros parentes da ex-escrevente para que os três fossem até o Paraguai, a fim de sacar o dinheiro e repassá-lo ao advogado.

    “Antes de concretizar esse intento, o advogado foi surpreendido pelos policiais federais”, completa a denúncia do MPE.

    Morte do juiz
    Leopoldino Marques do Amaral foi encontrado morto a tiros no dia 7 de setembro de 1999. O corpo estava parcialmente carbonizado, em uma vala na cidade de Concepción, no Paraguai.

    Leopoldino denunciou à CPI do Judiciário, um mês e meio antes de ser morto, a distribuição de verbas para desembargadores, a contratação ilegal de parentes (nepotismo) e a suposta existência de um esquema de vendas de sentenças na Justiça Estadual.

    O juiz disse, também, antes de morrer, que o Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) teria se transformado "num ambiente poluído de irregularidades". O magistrado dizia também estar sofrendo ameaças de morte.
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