terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Síria

14/02/2012 06h38- Atualizado em 14/02/2012 07h01

Tropas atacam cidade rebelde de Homs pelo 10º dia seguido na Síria

Bairro de Baba Amr, sede dos rebeldes, é fortemente bombardeada.
Regime de Assad reprime violentamente protestos da oposição.

Do G1, com agências internacionais
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A cidade de Homs, reduto da rebelião contra o regime do presidente da Síria, Bashar al Assad, sofreu os bombardeios mais violentos dos últimos cinco dias, especialmente o bairro de Baba Amr, anunciou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
"O bombardeio de Baba Amr que começou ao amanhecer é o mais violento dos últimos cinco dias. São dois foguetes por minuto", afirmou à France Presse Rami Abdel Rahmane, diretor do OSDH.
A cidade é, há dez dias, alvo de uma violenta repressão militar.
Hadi Abdullah, um ativista de Homs entrevistado por telefone, confirmou que o bombardeio de Baba Amr era extremamente pesado.

"A situação é trágica. Há mulheres grávidas, pessoas com problemas cardíacos, diabéticos e, principalmente, pessoas feridas que não podem ser retiradas", disse.

"Na segunda-feira à noite, três ativistas entraram na cidade de carro com pão, leite infantil e remédios", completou.

"O carro foi atingido por um foguete e os três morreram".

"Nós afirmamos que era perigoso, mas eles disseram 'se nós não ajudarmos os moradores, quem vai?", relatou Abdullah.
Cresce a pressão diplomática contra Assad, que vem reprimindo fortemente protestos contra seu governo desde março do ano passado. Mas a Rússia e a China, aliados do presidente sírio, barraram até agora uma resolução do Conselho de Segurança da ONU condenando a repressão na Síria.
Tanques são vistos na entrada do bairro de Baba Amr, em Homs, na sexta-feira (10), em foto divulgada por opositores (Foto: AP)Tanques são vistos na entrada do bairro de Baba Amr, em Homs, na sexta-feira (10), em foto divulgada por opositores (Foto: AP)
Na véspera, diante da Assembleia Geral da ONU, Navi Pillay, alta comissária para Direitos Humanos da ONU, afirmou que crimes contra a humanidade podem estar sendo cometidos na Síria e apelou à comunidade internacional para que atue.
Obama e Cameron
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, renovaram a condenação à repressão na Síria e abordaram a situação na Somália durante uma conversa telefônica na segunda-feira, anunciou a Casa Branca.

"Falaram sobre a situação na Síria, condenando a violenta repressão aplicada pelo regime contra seu próprio povo, e concordaram sobre a necessidade de coordenar estreitamente o aumento da pressão sobre o regime de Bashar al Assad e apoiar uma transição para a democracia", afirma um comunicado da Casa Branca.
Posição chinesa
A maior autoridade da diplomacia chinesa, Dai Bingguo, defendeu a posição de não interferência de Pequim nos assuntos sírios em uma conversa com a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, informou a agência oficial Xinhua.

Dai, que tem o cargo de Conselheiro de Estado (equivalente a um ministro de Estado), afirmou em uma conversa telefônica com Clinton que a violência na Síria é "essencialmente um assunto interno" e que a China respalda os esforços da Liga Árabe para resolver o conflito por "meios políticos".

O dirigente chinês afirmou que a posição, diferente da adotada pela Liga Árabe, que recebeu até o momento o apoio de Pequim para a missão na Síria, é "objetiva e equitativa", além de representar uma "atitude responsável".

A Liga Árabe anunciou no domingo que fornecerá um apoio político e material à oposição síria. Também decidiu pedir ao Conselho de Segurança a formação de uma força conjunta da ONU e da organização pan-árabe para acabar com a violência na Síria.

Hillary Clinton, que criticou o veto chinês e russo, além de ter acusado os dois países de fornecer uma proteção ao brutal regime de Damasco, declarou que o governo dos Estados Unidos continuará conversando sobre a Síria com a China.

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