segunda-feira, 12 de março de 2012

Fim do mundo e calendário Maia estabelece nova data para o 'fim do mundo'

  • Poliana Lisboa
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"A única certeza que temos", de acordo com o ditado popular, "é o fim". Todos vão morrer e, eventualmente, o mundo deve acabar, pelo menos da maneira que nós o conhecemos. As premissas anteriores são aceitas pela maioria, o que causa divergências é quando isso deve acontecer.

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Várias datas anunciadas como "fim do mundo" passaram e ele continua a existir. Algumas das teorias mais disseminadas é a de que o ano de 2012 seria o último. Muitos atribuem à civilização Maia a profecia de que 21 de dezembro deste ano seria o "fim do quinto ciclo". Quem acredita nessa interpretação diz que a Terra possui cinco ciclos de 1.025 anos cada e que, no solstício de dezembro, o último se encerraria.

Também existem teorias que repercutem com o auxílio da internet, de que nessa mesma data o Sol se alinharia com o centro da galáxia e haveria uma inversão dos pólos magnéticos do planeta, com consequências catastróficas para todos.

Sobre a linha de interpretação Maia, o professor do Departamento de Física da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e membro do planetário Circus Stellariun, Marcos Cesar Danhoni Neves, não hesita em falar que não passa de uma "grande bobagem de uma corrente que fez uma interpretação, sob influência de muitas drogas, do calendário dos ciclos dessa civilização".

Para Neves, que estuda astronomia, o mundo deve acabar em 5 bilhões de anos. "Quando o Sol já tiver exaurido seus combustíveis principais, hidrogênio e hélio, e inflar na atmosfera, esquentando a superfície da Terra e fazendo evaporar toda a água dos oceanos", explicou.

"A inversão dos polos magnéticos não é um evento único. Já deve ter acontecido em outro momento, mas isso fica perdido na longa história geológica da Terra. Não é o tipo de evento que acontece do dia para a noite. É um evento que segue o tempo astrológico e geológico, se for acontecer novamente, vai levar alguns milhões de anos no nosso calendário", afirmou.

E, quanto ao alinhamento do Sol com o centro da Via Láctea em 21 de dezembro, Neves destaca que o sistema solar está há 33 mil anos-luz deste ponto. Não daria tempo de chegar lá até o solstício.

Como se as previsões anteriores não fossem suficientes, outras correntes do Armagedom dizem que um astro do céu (como um asteroide ou um cometa) atingiria a Terra e provocaria uma destruição em massa. Essas parecem mais apropriadas, uma vez que cientistas atribuem a uma colisão semelhante a extinção dos dinossauros, cerca de 65 milhões de anos atrás.

Outro professor de Física da UEM, Ricardo Francisco Pereira, afirma que dos corpos que datam da origem do Sistema Solar e gravitam em torno e entre ele, os asteroides, por serem mais pesados, ofereceriam maior risco de destruição. "Mas o risco de colisões desses corpos com nosso planeta é pequeno, quase zero.

O cálculo é feito observando se a Terra está próxima daquele local em que o trajeto do asteroide cruza o nosso. Se dentro desta faixa de imprecisão, há alguma possibilidade. Mas a dinâmica do Sistema Solar é muito grande. A cada passagem há uma mudança."

Neves coloca outro aspecto fundamental que não faz da Terra o alvo mais atrativo. "Somos um planeta pequeno. Nossa gravidade de interação com outros corpos também é pequena e temos planetas gigantes como Júpiter, Saturno, Urano e Netuno que acabam funcionando como ’aspiradores de pó’ celestiais. Pela enorme gravidade que têm, assim como o Sol, 99,9% de todo grande meteorito e cometa é atraído contra eles", explicou.

O risco pode existir, mas é muito pequeno. Tanto que astrônomos têm uma escala de risco, chamada de Turim, para classificar corpos celestes pelo risco de colisão com a Terra. Ela vai de 0 (improvável) a 10 (quase certo). Até hoje, nenhum alcançou o nível 10. Na verdade, apenas um chegou ao nível 4, o Apophis, causou muita comoção no meio científico em 2004, mas logo foi rebaixado a 1 e hoje está em 0.


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