quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Mãe pede ajuda para repatriar filho sequestrado pelo pai na Espanha

22/12/2011 - 17h00
Mãe pede ajuda para repatriar filho sequestrado pelo pai na Espanha
Thais Tomie
Redação JC NWES



Há seis meses a professora espanhola Beatriz Javier, que reside em Cuiabá, vive o drama de ter o filho de 10 anos de volta. Rômulo foi raptado pelo próprio pai durante as suas férias em Madri, na Espanha. Segundo Beatriz, o menino foi passar as férias com a avó paterna, Maria Eloya, que sempre o visitava no Brasil. O filho foi com uma ordem judicial com data de ida e volta, mas no dia do retorno ele não voltou.

Beatriz conta que ligou para falar com o filho, mas soube pelo namorado da avó paterna que Rômulo estava com o pai, que nunca teve interesse pelo menino e sumiu há mais de oito anos sem dar notícias. Ela pediu ao namorado da avó o endereço e o telefone do pai, mas ele disse que não tinha autorização para dar e que em breve iriam entrar em contato com ela.

A partir deste dia, começou a luta e o desespero. Beatriz explica que ligava para a avó paterna, porém ela não atendia suas ligações. A professora comunicou a embaixada Espanhola em Brasília, que a aconselhou ir para a Espanha em busca do filho. Ela também entrou em contato com as Autoridades Centrais Administrativas Federais (ACAF) competentes para este tipo de assunto, e informou que o caso era comum e ela teria que ir para a Espanha a procura da criança.

Quando soube do paradeiro do filho, que estava na casa do pai, a 380 quilômetros de Madri, na cidade Badajoz, fronteira com Portugal, não pensou duas vezes e com a ajuda da família e colegas de trabalho, Beatriz conseguiu embarcar para a Espanha. “A minha decepção veio quando me encontrei com as autoridades espanholas que me trataram como se eu fosse uma criminosa querendo levar o meu filho, segundo eles sem documentos que servissem lá, fizeram de conta que os documentos que eu levava não serviam, pois estavam escritos em português”, contou a professora.

Beatriz relata que neste dia, passou horas na delegacia tentando registrar o boletim de ocorrência, alegando que o ex-marido há mais de oito anos não se preocupava com o filho, e que nunca pagou pensão alimentícia. “De uma hora para outra ele tinha todo o tipo de direito e eu nenhum. Não pude tocar no meu filho, nem abraçá-lo. Colocaram o meu pequeno diante de um juiz e o testemunho dele, lembro-me como se fosse hoje. Quiero quedarme aquí porque aquí estoy mejor (quero ficar aqui porque aqui estou melhor), o juiz, junto ao fiscal, fez várias perguntas, mas o meu pequeno só repetia a mesma coisa”, disse.

A mãe acreditava que teria o filho de volta, mas a criança não a olhava nos olhos e parecia desconhecida para ele. Segundo Beatriz, o fiscal o liberou e ordenou que a abraçasse, pois ela tinha feito uma viagem muito longa e era sua mãe. “Lembro-me com muita tristeza e quando o abracei sussurrei no ouvido dele “te amo filho, te amo muito”.

Ela teve que voltar para o Brasil sem o filho. Quando chegou, procurou novamente a ACAF e fez a denúncia de retenção ilícita. Em Cuiabá, ela entrou na Justiça e conseguiu a guarda do menino. “Foi decretada a busca e apreensão do meu filho, foi feita a carta Rogatória e já foi mandado tudo com todas as traduções juramentadas e necessárias para Brasília”, frisou.

Emocionada, Beatriz acredita que é uma questão de tempo para ter o filho em seus braços. “Eu acredito muito em Deus tenho muita Fé, e sei que meu pequeno vai voltar, mas embora já foi feito tudo que tinha que fazer perante a justiça com ajuda de pessoas muito especiais, anjos que Deus colocou na minha vida, agora vejo os dias passar, as semanas, os meses, e vejo cada dia meu filho mais distante da gente. Ele tem um irmão de 3 aninhos que não o esquece. Parece que a justiça vai devagar, por isso rogo e suplico que nestas festas tão especiais não me deixassem passá-las sem o meu pequeno, sei que todo mundo está comemorando mais eu não o poderei fazer sem o meu filho”.

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