terça-feira, 19 de junho de 2012

Acidentes.

Luísa Alcalde - Jornal da Tarde

SÃO PAULO - A Justiça decide nesta terça-feira, 19, se manda a júri popular o estudante Felipe Arenzon, de 19 anos. Em outubro passado, com sintomas de embriaguez, ele dirigiu o Camaro que atingiu seis veículos e deixou quatro feridos na capital. Entre as vítimas, o motorista Edson Roberto Rodrigues, que teve 90% do corpo queimado depois que o veículo em que estava pegou fogo ao colidir com o carro de Arenzon. Rodrigues morreu dias depois.
Veículo, um esportivo de cerca de 400 cavalos, ficou parcialmente destruído - Márcio Fernandes/AE
Márcio Fernandes/AE
Veículo, um esportivo de cerca de 400 cavalos, ficou parcialmente destruído
Felipe se recusou a fazer o teste de bafômetro, ficou preso, mas pagou fiança de R$ 245 mil e responde ao processo em liberdade. Para que ele seja mandado a julgamento popular, é preciso que a Justiça entenda que houve dolo eventual, ou seja, que o estudante tinha consciência que depois de beber e sair dirigindo poderia produzir os acidentes.
O caso é considerado emblemático pelo Ministério Público Estadual. Na mesma época, uma sequência de acidentes graves com vítimas provocados por motoristas embriagados levou o Congresso Nacional a debater penas mais duras para quem bebe, dirige e mata no trânsito.
Na audiência desta terça, no 2º Tribunal do Júri de Santana, na zona norte da capital, serão ouvidas testemunhas de acusação e de defesa. Caso alguma falte, a sessão será remarcada. O carro de Domingues pegou fogo após ter sido atingido pelo Camaro na Avenida Inajar de Souza. Ao todo, o jovem atingiu seis veículos e deixou quatro pessoas feridas. Ele foi preso após o acidente e libertado após pagar fiança de R$ 245 mil.
Na época, ele se recusou a fazer teste de bafômetro, mas uma lata de cerveja foi encontrada dentro do Camaro. Exames clínicos comprovaram que Arenzon dirigia embriagado, segundo o promotor André Luiz Bogado Cunha, do 2º Tribunal do Júri, autor da denúncia. "Espero que ele seja pronunciado e condenado pelos crimes que cometeu", afirma.
Os acidentes foram causados após Arenzon sair de uma casa noturna na Barra Funda. As colisões tiveram início na Avenida Sumaré, na zona oeste. Em alta velocidade, o motorista do Camaro bateu em quatro veículos. Ele só parou após atingir mais dois carros na Avenida Inajar de Souza, na zona norte. O MP calcula que ele dirigia a mais de 160 quilômetros por hora.
Os acidentes aconteceram em um intervalo de menos de uma hora e em um trajeto de 8,5 km. Responsável pela ocorrência, o delegado Marcos Flório Manarini, do 28º DP (Freguesia do Ó), disse que Arenzon apresentava odor etílico, voz pastosa e dificuldade de se expressar.
Desde o dia do acidente, a carteira de motorista de Arenzon foi apreendida e ele está proibido de dirigir. Não pode frequentar danceterias, consumir bebida alcoólica e nem sair de casa das 20 horas às 6 horas.

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